Wednesday, February 27, 2008

Fábula tropicalizada

O ensinamento contido na fábula da formiga e da cigarra só funciona fora dos trópicos. Neles, nosso caso aqui no Brasil, é possível ser cigarra toda uma vida. O inverno, que separa e confronta a formiga operária e a cigarra folgada, inexiste. Pior, nosso estado tutela as cigarras, lhes dá o pão, não por qualquer mérito, mas em troca de uma "consciência social", temos um governo que cumprimenta com o chapéu alheio, faz caridade com o dinheiro das formigas tropicais.

Já imaginaram uma favela nos Alpes Suíços? Por lá a seleção natural obriga, ou você é formiga, ou você é formiga. Perceberam a diferença?

Thursday, February 21, 2008

Lucros - %%%

Os bancos continuam a divulgar lucros assustadores, lucros que aumentam, em média, 30% a cada período, como se o céu fosse o limite, ou como se não houvesse limite para quanto os bancos podem lucrar nesse país. As alegações, que parecem tudo, menos convencer qualquer pasmo, são as de que lidando com um grande número de inadimplentes os bancos precisam cobrar mais caro pelos seus juros.

Você lembra daquela propaganda: é mas fresquinho porque vende mais, ou vende mais porque é mais fresquinho. Esse parece ser um típico caso, sob a alegação da inadimplência os bancos vão cobrando dos consumidores juros escorchantes e batendo recordes nos lucros.

Funciona mais ou menos como os juros que o governo paga pelo empréstimos que toma: dizem que deve pagar um valor elevado, são os juros mais altos do mundo, pois há o risco do governo dar o calote; mas sempre se lembrando que, sob hipótese nenhuma, o governo nem pense em dar calote...

É alguma coisa como fazer um seguro de vida e colocar como cláusula número um o seguinte: é vedado ao segurado, que não pode, sob nenhuma hipótese, vir a falecer. Só rindo mesmo...

Friday, February 08, 2008

Chuva

Tarde de sábado, chove em Porto Alegre. Bem vinda chuva que amenizou um pouco o calor de uma tarde muito quente, tempo abafado por aqui. A chuva, que começou há uma hora, não se parece com aqueles torós de verão, é uma chuva com cara de persistente, como as características do inverno.

A cidade, nos finais de semana do verão, adquire um aspecto de cidade fantasma, todos que podem rumam na sexta-feira em direção ao litoral. Quem foi ontem não vai poder aproveitar muito na praia, mas, para quem ficou, resta o consolo de dias mais amenos.

Nunca gostei muito desses finais de semana na praia. Enfrentar o trânsito congestiona na ida e na volta não me parece uma boa opção. Acresce esse risco: nem sempre o tempo colabora, imagino os veranistas desse final de semana como devem estar decepcionados. Jogando cartas e vendo a chuva lá fora.