Saturday, May 17, 2008

Desaprender

Eu não sou daqueles que aprendem com facilidade, nem com dificuldade. Acredito estar na média quando o assunto é capacidade de reter algum tipo específico de conhecimento. Assim é com a nossa língua, não sou um proficiente, ou um douto na matéria, sei o suficiente para errar pouco - assim espero!

Hoje tomei conhecimento de que estão alterando - mais uma vez - alguma coisa no idioma, dizem que tudo precisa evoluir, com o idioma não é diferente. Não fosse essa evolução e ainda estaríamos indo na pharmácia. A evolução de agora é fruto de um novo acordo ortográfico com Portugal, algumas palavras terão mudanças na sua acentuação e/ou na sua ortografia.

As mudanças para os nossos irmãos lusitanos, que depois do acordo não serão mais baptizados, ou adoptados, nem farão contacto, irão na direcção de, ou executarão um reparo eléctrico, o que será óptimo para todos. Do lado de cá do Atlântico, passaremos a consumir linguiças sem o trema - eliminado definitivamento do idioma -, deixaremos de acentuar as paroxítonas terminadas em "o" dobrado - como em vôo -, a terceira pessoa do plural do presente do indicativo e;ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus compostos, passando a grafia correta a ser "creem", "deem", "leem" e "veem".

O alfabeto aumenta, passando a ter 26 letras, com a incorporação do "k", do "w" e do "y". Acaba o acento diferencial entre "pára" (verbo) de "para" (preposição).

A mudança mais extrema talvez seja o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, como para diferenciar "louvámos" de "louvamos" ou "amámos" de "amamos"; e a eliminação do acento agudo nos ditongos abertos, como em "ei" e "oi" presente nas paroxítonas "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia".

E agora? Como desaprender e reaprender tudo novamente?