Num artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, de 18/06/2005, intitulado "Flores, flores para los muertos", Fernando Gabeira estampa toda a desilusão da intelectualidade nacional com o atual governo do país.
Sim, sempre foi considerado pela elite intelectual muito "in" esta aposta num autêntico representante da classe popular dirigindo os rumos da nação. Não sei em que se baseava a tese, talvez na perspectiva de que o presidente fosse um tipo Rainha da Inglaterra (que reina mas não governa).
O resultado todos já conhecem, no dizer de Gabeira: "Jamais imaginei que seria grato aos torturadores por não me pedirem a alma. Não sabia que dias tão cinzentos ainda viriam pela frente. Que seria liderado por um homem que achava que Maurício de Nassau era um deputado de Pernambuco".
O mal está feito, sem outra solução só nos resta lamentar e dar tempo ao tempo. "Vamos ter de encarar juntos essa realidade. A grande experiência eleitoral da esquerda latino-americana, admirada por uma Europa desiludida com Cuba e Nicarágua, a grande novidade que verteu tintas, atraiu sábios, produziu livros e seminários, vai acabar na delegacia como um triste fato policial de roubo do dinheiro público e suborno de parlamentares" - disse Gabeira em seu artigo.
Fica a esperança no aprendizado...
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