Sunday, November 16, 2008

O fato do momento

A grande estrela da mídia no momento é a crise que se abateu sobre a economia mundial. Não deixa de estar correto, qual fato poderia ser mais importante do que este? O mundo gira atrás do dinheiro, ou gira pelo dinheiro. Até mesmo os dito comunistas e socialistas sabem que sem a grana não há solução. Cuba está aí que o diga!

Eu não sou economista, e sei muito pouco ou quase nada sobre o assunto. Devo confessar que nunca gostei dessa instituição chamada de bolsa de valores. Sei, conheço alguns argumentos daqueles que defendem o sistema como, por exemplo, a abertura do capital das empresas ao mercado acionário para captação de recursos.

Não consigo ver na bolsa nada mais do que a expressão material da mais valia condenada por Marx. Como é possível supor que pode haver um jogo em que todos ganham? Trata-se da mais deslavada falácia, o argumento, a base lógica de qualquer jogo é a de que para haver um ganhador, tem que haver um (ou mais) perdedor(es).

E todos nós sabemos que nesse jogo o povão (embora não jogue) sempre perde. Isso não quer dizer que não exista outros que também perdem, mas estes estão jogando e quem está jogando está sujeito a ganhar ou perder. O importante de salientar é a assertiva de que o povo sempre perde e, num jogo que alguém sempre perde, alguma coisa está errada.

Friday, October 31, 2008

Os meus contadores que não contam

Descobri que os contadores de visitas dos meus blogs não contam. Para mim, ao menos, toda vez que confiro o número de visitantes ela mostra orgulhoso o número 1. Sejam poucos, sejam muitos, todos os que visitam os meus sites são o número 1, os primeiros, que honorável deferência, não é mesmo?

Esse é um dos problemas das infinitas coisas "degrátis" que povoam essa nossa grande rede. Somos, é claro, totalmente responsáveis por isso. Existem - acredito! pois se não existem deveriam existir - bons serviços pagos na rede para tudo e para todos. Mas sou mão de vaca, não quero pagar por nada, então... Sejam bem-vindos meus amigos números 1!

Apesar de tudo, de ser "degrátis", fica-se com uma certa frustração, pois eles não são obrigados a fornecerem nada gratuitamente. Se o fazem deveriam honrar o "fio do bigode" e oferecer o serviço que se comprometeram. Mas é só um espernear por espernear, como cobrar de quem nada cobra?

Friday, October 24, 2008

Eu era feliz porque não sabia

Fico pensando se às vezes o melhor é não saber. Se o saber ilumina, muitas vezes o excesso de luz acaba cegando. Para os que têm "poucas luzes", vale o consolo de que os inocentes vêem (palavra que perderá o acento circunflexo com a reforma ortográfica) menos e, por essa mesmo, sofrem menos.

Procuro estar inteirado de tudo o que de importante acontece no mundo. Muita gente faz isso por dever de ofício, eu sou dos que fazem por gostar. Mas o preço é alto, além de tomar conhecimento de todas as maldades que acontecem no mundo, você é tratado como néscio, qualidade da maioria.

Ouvir da boca do comandante da desastrada operação de Santo André/SP que "se o resultado da invasão do cativeiro fosse outro a polícia estaria sendo aplaudida", tem o mesmo valor que afirmar que se eu tivesse inventado o DOS eu agora seria o Bill Gaites, dizer o quê?

Ouvir da boca do presidente que a fiscalização do Ministério Público sobre a gestão pública cria um ambiente de terror e impede o desenvolvimento da missão de governar, tem o mesmo valor que afirmar que não é possível governar sem malversar o dinheiro público.

Por isso tudo que é difícil viver conscientemente nesse país, você tem de escolher entre ser feliz na ignorância, ou infeliz na sabedoria. Qual a tua escolha?

Monday, June 02, 2008

?

Confesso que não sei como intitular esse post. Ele fala de uma realidade nacional, na verdade de uma tragédia sem precedentes. A pior constatação não é a existência dessa situação dramática, mas a certeza de que não há uma solução a vista. Qualquer problema antes de ser resolvido, precisa ser corretamente diagnosticado, se não há diagnóstico, ou se ele está errado, a cura se torna impossível.

Já resisto tratar do tema, pela inutilidade, sei que nada será feito para mudar o estado de coisas atual. Falo do nosso já crônico problema de falta de segurança. Fala-se na ineficiência, na corrupção das organizações encarregadas da segurança, fala-se em problemas sociais, e não se fala no real problema: da omissão estatal.

O povo tem sua parcela de responsabilidade, não exige a contraprestação dos impostos que recolhe ao erário. Não exige modificação na principal responsável pela insegurança: legislação inadequada e um sistema prisional quase inexistente.

Você sabe qual como um policial desempenha suas tarefas no Brasil atual? Imagine uma enchente, dessas que alaga as ruas das nossas cidades. Agora chame alguém e ordene que pegue um pano de chão (os recursos disponibilizados para as polícias) e um balde furado (a legislação atual e o sistema prisional) e vá secar as ruas. Pague a ele um pouco mais do que um salário mínimo.

Depois sente numa cadeira - sugiro uma bem macia - e fique esperando pelos resultados.

Saturday, May 17, 2008

Desaprender

Eu não sou daqueles que aprendem com facilidade, nem com dificuldade. Acredito estar na média quando o assunto é capacidade de reter algum tipo específico de conhecimento. Assim é com a nossa língua, não sou um proficiente, ou um douto na matéria, sei o suficiente para errar pouco - assim espero!

Hoje tomei conhecimento de que estão alterando - mais uma vez - alguma coisa no idioma, dizem que tudo precisa evoluir, com o idioma não é diferente. Não fosse essa evolução e ainda estaríamos indo na pharmácia. A evolução de agora é fruto de um novo acordo ortográfico com Portugal, algumas palavras terão mudanças na sua acentuação e/ou na sua ortografia.

As mudanças para os nossos irmãos lusitanos, que depois do acordo não serão mais baptizados, ou adoptados, nem farão contacto, irão na direcção de, ou executarão um reparo eléctrico, o que será óptimo para todos. Do lado de cá do Atlântico, passaremos a consumir linguiças sem o trema - eliminado definitivamento do idioma -, deixaremos de acentuar as paroxítonas terminadas em "o" dobrado - como em vôo -, a terceira pessoa do plural do presente do indicativo e;ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus compostos, passando a grafia correta a ser "creem", "deem", "leem" e "veem".

O alfabeto aumenta, passando a ter 26 letras, com a incorporação do "k", do "w" e do "y". Acaba o acento diferencial entre "pára" (verbo) de "para" (preposição).

A mudança mais extrema talvez seja o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, como para diferenciar "louvámos" de "louvamos" ou "amámos" de "amamos"; e a eliminação do acento agudo nos ditongos abertos, como em "ei" e "oi" presente nas paroxítonas "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia".

E agora? Como desaprender e reaprender tudo novamente?

Thursday, April 24, 2008

Sabedoria

Utopia - do Gr. ou, não + tópos, lugar, lugar que não existe, s. f., país ideal em que tudo estaria organizado da melhor forma para a felicidade completa da população (tal como foi idealizado por Thomas More e outros utopistas); projeção de um futuro ideal; por ext. quimera, fantasia, concepção irrealizável.

Real - do reale res, coisa. Adj. 2 gên., que tem de facto existência; que não é imaginário; verdadeiro; efetivo; por oposição a pessoal, diz-se do que é relativo às coisas e não às pessoas; por oposição a nominal, diz-se quando se considera as próprias coisas e não os termos que as exprimem;

Realidade s. f. qualidade do que é real; o que existe de fato; objetividade; certeza.

Sabedoria é a capacidade de escolher um caminho mediano emtre a utopia e a realidade.

Wednesday, February 27, 2008

Fábula tropicalizada

O ensinamento contido na fábula da formiga e da cigarra só funciona fora dos trópicos. Neles, nosso caso aqui no Brasil, é possível ser cigarra toda uma vida. O inverno, que separa e confronta a formiga operária e a cigarra folgada, inexiste. Pior, nosso estado tutela as cigarras, lhes dá o pão, não por qualquer mérito, mas em troca de uma "consciência social", temos um governo que cumprimenta com o chapéu alheio, faz caridade com o dinheiro das formigas tropicais.

Já imaginaram uma favela nos Alpes Suíços? Por lá a seleção natural obriga, ou você é formiga, ou você é formiga. Perceberam a diferença?

Thursday, February 21, 2008

Lucros - %%%

Os bancos continuam a divulgar lucros assustadores, lucros que aumentam, em média, 30% a cada período, como se o céu fosse o limite, ou como se não houvesse limite para quanto os bancos podem lucrar nesse país. As alegações, que parecem tudo, menos convencer qualquer pasmo, são as de que lidando com um grande número de inadimplentes os bancos precisam cobrar mais caro pelos seus juros.

Você lembra daquela propaganda: é mas fresquinho porque vende mais, ou vende mais porque é mais fresquinho. Esse parece ser um típico caso, sob a alegação da inadimplência os bancos vão cobrando dos consumidores juros escorchantes e batendo recordes nos lucros.

Funciona mais ou menos como os juros que o governo paga pelo empréstimos que toma: dizem que deve pagar um valor elevado, são os juros mais altos do mundo, pois há o risco do governo dar o calote; mas sempre se lembrando que, sob hipótese nenhuma, o governo nem pense em dar calote...

É alguma coisa como fazer um seguro de vida e colocar como cláusula número um o seguinte: é vedado ao segurado, que não pode, sob nenhuma hipótese, vir a falecer. Só rindo mesmo...

Friday, February 08, 2008

Chuva

Tarde de sábado, chove em Porto Alegre. Bem vinda chuva que amenizou um pouco o calor de uma tarde muito quente, tempo abafado por aqui. A chuva, que começou há uma hora, não se parece com aqueles torós de verão, é uma chuva com cara de persistente, como as características do inverno.

A cidade, nos finais de semana do verão, adquire um aspecto de cidade fantasma, todos que podem rumam na sexta-feira em direção ao litoral. Quem foi ontem não vai poder aproveitar muito na praia, mas, para quem ficou, resta o consolo de dias mais amenos.

Nunca gostei muito desses finais de semana na praia. Enfrentar o trânsito congestiona na ida e na volta não me parece uma boa opção. Acresce esse risco: nem sempre o tempo colabora, imagino os veranistas desse final de semana como devem estar decepcionados. Jogando cartas e vendo a chuva lá fora.

Saturday, January 19, 2008

Na Terra de Alice

Conforme notícia publicada no site do jornal O Estado de São Paulo, no próximo ano - 2009 - deveremos atingir a sinistra marca de 30 milhões de vítimas de homicídios nos últimos trinta anos no país. Este índice impressionante, que rivaliza com países em guerra civil, é o resultado da criminalidade desenfreada que ocorre em nossas cidades.

No texto o jornal aponta tese de especialista para algumas das possíveis causas para a ocorrência desse número tão alarmante de homicídios. Como sempre, essas teses passam longe das reais causas da criminalidade: crime sem castigo. Funciona a velha máxima: se as chances de ser pego são poucas, vale correr o risco.

Não acredito em bondades, o paraíso terminou com Adão e Eva. Só funciona a tese que crimes são inibidos pela certeza da punição, ninguém gosta de dar murro em ponta de faca.