Tuesday, December 12, 2006

Depois da catástrofe... a catástrofe!

Os anos petistas na administração do país foram uma sucessão, como eu posso dizer para ficar menos rude, digamos que foram um sucessão de desastres. Tivemos de tudo um pouco o que é de ruim. Acertos, quase nenhum. Só um ph-tapado em economia para não enxergar que esse crescimento ridículo - 2 e poucos % - em anos de ouro da economia mundial é uma obra… pífia. Isso sem falar em sanguessugas, mensalões e muito etecétera.

O que se viu nessas últimas eleições, ou antes, na campanha eleitoral em si, foi a denúncia dessa desastrada administração pelos partidos de oposição, inclusive por alguns partidos de oposição do grupo da esquerda, para não se dizer que as críticas são “coisas da direita retrógada”, como reza a desculpa universal. Dizer-se que a campanha poderia ter sido propositiva é uma falácia, o mais grave, o vital para o país era remover do poder os incompetentes, isso para não mencionar qualidades piores da “cumpanheirada”.

Acham que estou sendo muito crítico, muito ácido? Querem saber? Muito do que escrevo aqui foi afirmado pelo próprio “companheiro chefe”, que afirmou ter escolhido mal os integrantes para o primeiro escalão do seu governo, que era um erro indicar por amizade, “que era mais fácil nomear do que demitir” (sic), etc.

Passada a catástrofe, vem a nova catástrofe: a reeleição da república metalúrgica dos “relativamente incapazes”, e o que se vê? Um quase total adesismo da oposição aos governistas. O argumento de que “passadas as eleições é preciso se unir para administrar o país” não convence. Não estou pregando a oposição pela oposição, mas oposição responsável, que nem precisaria de definição, mas, vá lá!, fiscalizar o executivo e aprovar o que é bom.

Está mais do que evidente que esse adesismo é oportunista, falou mais alto - como sempre! - a voracidade por cargos, pelo poder é maior do que qualquer patriotismo ou senso do dever. A oposição, vergonhosamente, se torna situação, num arranjo onde “todos estão arrumados e convenientemente acomodados”.

Para o resto, para o povo, sobra um nariz de palhaço, o gosto amargo na boca, a certeza de que o país do futuro continuará, como sempre, no futuro, a certeza de que aquela máxima é verdadeira: mudam as moscas, mas a panela continua com o memo conteúdo aquele. O que o nariz de palhaço tem a ver com essa história? Eu não sei, mas já fiz a minha parte colocando o meu…

Sunday, November 26, 2006

Meter tudo numa panela só...

Fica mais fácil para justificar o corte de benefícios colocar tudo numa panela só. A constituição de 88 inventou a mágica, criar benefícios sem os recursos, encheu a sociedade de direitos - justos, ninguém discute o caráter social das medidas - sem ter a competente contrapartida dos recursos.

Eu poderia discorrer aqui uma série de medidas, todas com caráter social comprovado, sem discussão nesse campo. Infelizmente dinheiro não dá em árvore, é bom ser assistencialista, mas quem vai pagar a conta? Aposentadoria para trabalhadores rurais, para os idosos, para perseguidos políticos, assistência médica para todos, o maior programa de combate da aids do mundo. Ninguém vai discutir a justiça dessas medidas.

Agora dizem que a previdência é deficitária, dizem que ela atravanca o crescimento do país, que é um entrave. Previdência é um regime de compensações, que deixou de ser com a dadivosa constituição de 88, poucos pagando para todos, isso não iria funcionar, como não funcionou. Culpam a previdência quando a culpa não é dela.

Expurguem da previdência todas essas condições dadivosas e verão que o sistema não é ruim; que o sistema não é o vilão que apregoam por aí.

Friday, November 17, 2006

Tudo é pessoal, muito pessoal

Não devia, o sentimento é, talvez, indevido. Mas é sentido, dói, deixa triste e faz pensar. A realidade do Brasil de hoje é diferente, como diferentes são os países que convivem aqui, num mesmo chão. Da terra da promissão, ã terra da servidão, passando por todos os níveis de iluminação, de desenvolvimento, de teres e de não teres. Digo indevido pela diversidade, isto é, não dói em todos e, quando dói, a dor tem diversas intensidades, que nem todas dores são iguais.

Foi divulgada uma pesquisa, mais uma, com o número de vítimas da nossa guerra surda, não declarada, dessa batalha intestina, guerra de rua, do bairro, da nossa casa, da casa ao lado. O Iraque admite ter perdido 150.000 civis em três anos e pouco de guerra; número parecido com o que perdemos com a violência aqui na pátria amada do Brasil. Além do mais, somos líderes em jovens suicidas.

Triste legado que estamos deixando para os nossos filhos. Triste ver análises pobres, de quem não pensa, as soluções boas e eficientes, de sempre, mas que nunca são adotadas, postergadas até que morram, mais ciquenta mil nesse país, varonil. A solução é a educação! Genial, mesmo que não seja original. O problema é a má distribuição de renda! E essa então? Quase juro que ninguém ouviu não...

Enquanto isso os verdadeiros motivos são deixados para lá, empurrados para baixo do tapete, que não é bom mexer nessa abelheira. Liberdade só existe com responsabilidade, fácil assim, há pouco, até um congresso de juízes conseguiu descobrir esse verdadeiro ovo de Colombo.

Monday, November 06, 2006

Distâncias

A China fica bem longe daqui. Muito longe. Estamos separados por milhares de quilômetros, por milhares de anos de civilização e por anos-luz de liberdade. Cuba está mais perto - só geograficamente! -, e agora reconhecem "falhas" na organização social na ilha, no paraíso-prisão castrista. O capitalismo é uma merda, eu sei, também. Dificil encontrar um sistema justo, quando se sabe que a injustiça mora dentro do coração dos homens. Crescemos na cobiça, ou morremos de inanição na divisão - obrigatória - do pão. Tristes alternativas.

Não são caminhos, são descaminhos. Vivemos num oito ou oitenta, sem admissão do meio-termo; somos massa ignara, maioria burra, minoria injusta e cruel. Existe um paraíso terrestre aqui e acolá, que aparecem como exceções para confirmar a regra. Vamos nos digladiar durante milênios pela idéia de um ideal que não existe, pela tentativa de achar os remendos que transformem o inferno em paraíso, uma terra menos ruim, e aceitável para todos. Ainda assim, este ideal - irreal - há que ser buscado.

Em eleições, melhor que seja mantendo a democracia, a liberdade sagrada de pensar diferente de qualquer um... China e Cuba estão muito longe daqui, e ainda bem que estão!

Wednesday, November 01, 2006

Brincando com coisa séria

No último post eu apresentava como exemplo de coisa que vai bem nesse país a Bovespa - Bolsa de Valores do Estado de São Paulo. E se as coisa sempre vão bem para o lado da bolsa - para o lado dos investidores - é porque, apesar das bolsas serem consideradas locai onde se jogam com os fatores de riscos normalmente encontrados em economia capitalistas, a nossa é diferente.

A nossa é diferente porque é um sistema montado para só dar lucro ao capitalista, não há meios de se ter prejuízo nesse jogo. Me entenda bem, não estou dizendo que qualquer um do povo, qualquer aventureiro sempre ganhará dinheiro em bolsa, estou dizendo que os grandes investidores sempre ganham dinheiro na bolsa.

No pior dos cenários, inventam-se os riscos sistêmicos, nome que é dado quando os grandes investidores deveriam (ou seguindo as regras do jogo, por ser um mercado de risco, poderiam) perder, mas aí essa cláusula - do risco sistêmico - entra em vigor e você, caro amigo, e eu, o povo todo, pagamos a conta para que não haja prejuízo a essa elite.

E assim tem sido nos últimos anos. Um dia, quem sabe?

Friday, October 13, 2006

Caso em que...

Se o preço do petróleo subir a Bovespa vai subir; caso contrário, a Bovespa vai subir também. Se o país crescer pouco a Bovespa vai subir, se subir muito também. Se for reeleito o cara, a Bovespa vai subir, se for eleito o outro, também. Se chover amanhã a Bovespa vai subir, e se não chover? Já sabem né? Vai subir também.

Se tem coisa que vai bem nesse país é a Bolsa de Valores do Estado de São Paulo, instituição exemplo daquilo que seja "ir bem sempre!" O resto das coisas do país não vão tão bem, para dizer a verdade, a maioria nem vai...

Saturday, October 07, 2006

Post de retomada

Estou retomando aos poucos os meus blogs. Andei fazendo bobagem, numa tentativa de upgrade do sistema do meu pc - sem fazer o prévio e indispensável backup, é claro! - deu zebra. Fiquei perdido sem os meus arquivos e estou tentando juntar os pedaços do que restou num novo pc - para ver como a coisa foi grave!

Mas aos poucos vou voltando... Até breve!

Saturday, August 19, 2006

Crimes Perfeitos

Engana-se quem não acredita na existência dos chamados crimes perfeitos. Nosso país é o que se pode chamar de um verdadeiro celeiro dos crimes perfeitos. Ou é o perfeito exemplo de que eles existêm. E em profusão. Sem querer apelar para uma precisão de que não disponho, pode-se afirmar que os crimes perfeitos - aqueles em que o autor não recebe nenhum tipo de sansão; ou aqueles que acabam terminando em pizza - andam na casa dos 95% ou mais por aqui.

Por isso é que se pode afirmar que por aqui o crime compensa: os autores cometem os delitos na certeza de que restarão impunes, na certeza de que não terão de pagar pelos delitos cometidos; ou, na pior das hipóteses, que terão de pagar um valor não adequado, não equivalente com o delito cometido.

Por uma série de distorções da nossa legislação, crimes que em outras sociedades representam penas privativas de liberdade de 20 ou mais anos, aqui são pagas com 3 ou 4 anos, depois que são concedidas uma série de benefícios aos infratores, o que se constitue em um verdadeiro incentivo ao crime. Depois a "sociedade" não sabe porque o crime anda aumentando tanto...

Tuesday, August 01, 2006

Definições

Certas coisas devem restar definidas: É preciso preparo intelectual para ser presidente da república? É uma defesa suficiente para ser candidato a qualquer cargo público a afirmação de que "os nossos podem ser desonestos, mas os outros também foram"? Se não há necessidade de preparo, se qualquer néscio pode ser presidente da república, se o critério de probidade para os cargos públicos não é a honestidade, mas a precedência de iguais, então tudo está muito bem!

Saturday, July 22, 2006

Esquiar no verão!

10/11/1999 - Há sete anos publiquei no Showcar (http://www.geocities.com/show_cars/news/sn_991011.htm), uma página minha na Geocities sobre automóveis e automobilismo, um artigo com este título, "Esquiar no Verão", que versava sobre a nossa mania, burra, de programar todos eventos na temporada de inverno, deixando a temporada de férias sem programação:

Incorporamos às avessas as culturas dos outros países. Nos aproximamos do período em que a maioria dos brasileiros estão de férias, o final do ano. Férias passou a significar o período em que nada ou quase nada acontece no terreno esportivo. Os campeonatos das diversas modalidades são interrompidos. Não há futebol, competições automobilísticas, quase tudo que se refere ao esporte é paralisado. É um contra-senso que justamente na época do ano em que todos tem mais disponibilidade de tempo para o lazer ele não esteja disponível.

O forte da temporada dos diversos certames mundiais coincide justamente com o período de férias do local onde são realizados. Como o período climático mais favorável é o verão, é nele que as coisas realmente acontecem. São países onde a rigidez do inverno impossibilita a realização de eventos à céu aberto. Lógico e compreensível que assim ocorra, só não é compreensível que os nossos campeonatos sigam a regra às avessas.

Resumindo, sendo o verão o melhor clima para as férias e para a realização dos eventos esportivos, os países do hemisfério norte unem o prático ao agradável: as condições favoráveis de tempo com a disponibilidade de todos para o lazer.

Aqui do outro lado do planeta, com condições para a realização de eventos o ano todo, quase tudo acontece no inverno, no verão, quando temos disponibilidade de tempo, sem nada para fazer nós descansamos, ou quem sabe, para continuarmos imitando os paises do hemisfério norte, já que lá é epoca de esportes de inverno, arriscaremos um passeio até a Cordilheira dos Andes para praticar esqui ou escalada de montanha.
E está se repetindo, como sempre, esse fenômeno. Estamos na época das férias no hemisfério norte, e já a realização da Copa do Mundo de Futebol na Alemanha, o Tour de France, os Torneios de Tênis do Grand Slan, os grandes Majors do Golfe, etc. Certo, afinal de contas é a época certa para a realização de eventos, porque é verão na europa.

O brabo será quando chegar o nosso verão, vamos entrar no marasmo de sempre, de não ter programação alguma para assistir; não haverá eventos na europa, lógico!, lá será inverno e não haverá eventos aqui, porque gostamos de copiar os europeus em tudo, até mesmo quando essa cópia é às avessas!

Thursday, June 29, 2006

Marcas que incomodam

Essas marcas e recordes que apareceram este ano na seleção brasileira só incomodam. Goleador, jogador com o maior número de partidas, com maior número de vitórias, e até um zagueiro que tenta jogar o mundial sem cometer uma falta. Essa última então, contrariam a frase "zagueiro que se preza não ganha o Belfort Duarte" pode por todo o trabalho a perder. No último jogo contra Gana foi visível a preocupação de Lúcio em não cometer a falta.

E se em algum lance acontecer a necessidade de que a falta seja cometida para impedir um gol? Certamente o adversário fará o gol para que não se prejudique o objetivo máximo do atleta, que não é ganhar o título, mas completar a competição sem o cometimento de faltas. Isso é só um exemplo, mas não há como deixar de sentir que esse tipo de ideal secundário acaba atrapalhando o principal que é a conquista do título.

Ah! Nosso técnico não engana ninguém querendo encobrir o fato de que o time joga mal com o argumento - falacioso - de que "ganhar é show". Ninguém está exigindo que o time dê shows, mas só que jogue bem. Até agora, em algumas situações jogamos mal e, apesar disso, ganhamos, mas até quando?

Monday, June 19, 2006

Utilidade da Copa

Não se fala mais em mensalão, em corrupção, em sanguessuga, a sensação que se tem é que todos os nossos problemas foram magicamente solucionados com esse imenso circo que é a copa do mundo. Não se fala em outra coisa, não se pensa em outra coisa, tudo é copa, tudo é Ronaldinho gorducho e os seus problemas, a luta para conquistar o hexacampeonato.

Importante tudo isso, porque ser campeão mundial de futebol representa muita coisa para esse povo. Representa... representa... representa... bem, representa ser primeiro em alguma coisa nesse mundo que não seja alguma desgraça, como ser primeiro no mundo em má distribuição da renda nacional, ou detentores da maior taxa de juros do mundo ou do maior índice de criminalidade.

Para isso presta uma copa do mundo de futebol. Só para isso.

Wednesday, June 14, 2006

Blogar sobre futebol?

E por que não? Afinal, esse é o país do futebol. Eu achei até bonitinha e emocionante a imagem do velho Zagallo em terras alemãs segurando a imagem de Santo Antonio, recebendo um gordo salário para ser o responsável pela nossa superstição, ele é assessor para assuntos de superstição, enquanto os outros trabalham ele fica calculando tudo o que dá 13. Será que ele tem um salário de 13 digítos?

Wednesday, June 07, 2006

Você viu?

- Você viu o que aconteceu ontem no Senado Federal?
- O quê?
- No Senado, a quebradeira.
- Teve quebradeira é.
- Teve, você não soube nada a respeito?
- É parece que houve alguma coisa por lá, mas sinceramente não sei e nem me interessa saber...

Tuesday, May 30, 2006

Palavrórios

Fala-se muito em disciplinar as regras do jogo, fala-se muito em torná-las mais estritas, restritas, transparentes, tudo porque numa competição em que a ética não entra nem como figura decorativa, as regras devem ser mesmo muito rigorosas. Poder-se-ia criar mesmo uma lei sobre isso: quanto mais canalhas forem os contendores, mais rigorosas, menos elásticas devem ser as leis do jogo.

É certo supor que numa competição onde reine a ética, certas normas são até dispensáveis, aquelas que os contendores já trazem do berço. Mas, quando se trata de disciplinar disputas entre canalhas, o bom é se prever a ocorrência de qualquer jogada suja, porque a presunção de que ele possa ocorrer é quase uma certeza. Não basta subtender-se que "enfiar o dedo no olho do adversário" é jogada suja, precisa um dispositivo dizendo isso e a previsão de sanções para quem praticar o ato.

Isso tudo porque ninguém pode dar aquilo que não têm, ninguém pode ter um comportamento ético se não tem uma vida regrada por ela. No nosso caso somos todos culpados, somos todos dominados por essa inclinação pelo mal, e faremos o mal, a não ser que sejamos muito bem controlados, muito bem vigiados. Lembram daquele ditado que diz "a ocasião faz o ladrão"? Para não sermos só tem um jeito: não nos dêem a ocasião!

Wednesday, May 24, 2006

O Segredo

O segredo é escrever pouco e dizer muito: muito! Brincadeira, mas encerra uma verdade. O poder de concisão é uma virtude, uma necessidade nesse mundo em que todos tem pressa: pressa! O tempo urge, pois qualquer um sabe que hoje o tempo passa mais depressa, na outra ponta, a vida é curta: curta!

Uma vida curta exige muita pressa!

Tuesday, May 16, 2006

A esperança

Um vez fui classificado como uma espécie de cavaleiro da desesperança por uma leitora, por alguém que comentou um dos meus blogs. Eu entendi perfeitamente a posição da leitora, alguém jovem, que ainda não viveu esse tanto de anos que eu vivi, que ainda não leu esse tanto que já li, que ainda não ouviu esse tanto de promessas que já ouvi, que ainda não se decepcionou esse tanto que eu me decepcionei.

Ela tinha a sua razão, cada um tem direito de viver as suas próprias decepções, sem que alguém antecipe aquilo que ela vai passar, só pela experiência que tem da vida. Soa com dizer a uma criança que somos mortais, que um dia todos nós vamos morrer, o típico caso da verdade dita fora de hora, ou na hora imprópria. Ocorre que, a única diferença é que eu não estava dizendo aquilo especificamente para ela, eu não mirei a criança quando escrevi, mas é difícil - para não dizer que é impossível - saber quem será atingido pelo que se escreve nessa grande rede.

Deveria haver uma maneira de colacar uma espécie de filtro, algo que impedisse o imaturo, ou o não preparado de ler aquilo que não está no seu nível, ao seu alcance. Ainda não temos tecnologia para isso, mas, quem sabe, um dia chegaremos lá, uma espécia de scanner que, examinando o olho de quem está frente ao monitor, só libere o conteúdo que lhe é apropriado.

Só como uma nota, um adendo ao assunto, veja o quanto somos um país "sui generis": agora mesmo, nesse exato momento, o locutor de um noticiário televisivo interrompeu o programa, para dar uma edição extraordinária. Eu logo pensei em alguma coisa grave no país. Não era, era a convocação da seleção de futebol de PORTUGAL!, isso mesmo que você leu, a convocação da seleção de Portugal! Qual outro país faria isso? Interromper um jornal, para dar em edição extraordinária, a leitura da relação dos atletas convocados de Portugal! Definitivamente DeGaulle tinha razão, esse não é um país sério!

Voltando ao assunto anterior, só para concluir, o assunto que irritou a moça que fez o comentário citado, foi que eu escrevi que o Brasil era o País do Futuro do Pretérito, posto que esse futuro prometido há décadas nunca se tornava uma realidade do presente, ia sendo adiado indefinidamente.

Thursday, May 11, 2006

Sanguessuga.

Não enche - Caetano Veloso
Harpia, aranha
sabedoria de rapina e de enredar, de enredar.
Perua, piranha
minha energia é que mantém você suspensa no ar
Pra rua!, se manda
sai do meu sangue, sanguessuga, que só sabe sugar.
Pirata, malandra
me deixa gozar, me deixa gozar
me deixa gozar, me deixa gozar.


Uma sanguessuga é um anelídeo da sub-classe Hirudinea (também chamados aquetas) que se alimenta de sangue de outros animais (hematófago). São animais hermafroditos, desprovidos de cerdas e que possuem ventosas para sua fixação. São assim chamados por produzirem uma substância anticoagulante denominada hirudina. Existem mais de 300 espécies.

Alimenta-se do sangue das suas vítimas. Pode ingerir uma quantidade de sangue 10 vezes superior ao seu próprio volume. Ao aderir ao corpo do ser vivo de que se alimenta, segrega um anticoagulante que leva o sangue a circular sem estancar. A sanguessuga não é apenas hematófaga, muitas espécies podem ser predadoras alimentando-se de vermes, caramujos e larvas de insetos.

Podem ser encontradas em todo o mundo, geralmente na água doce. Existem também algumas espécies marinhas e outras que vivem na lama. Nas zonas tropicais existem espécies arbóreas que caem sobre as vítimas. Preferem lagos, lagoas, rios calmos de água quente.

Tuesday, May 02, 2006

Sem remédio

Usar como forma de protesto a greve de fome parece um retrocesso numa sociedade que se diz civilizada. A não ser que alguém me convença do contrário, greve de fome tem cheiro de idade média. Imolar-se em prol de uma causa, será esse o sentido de quem inicia uma dieta com finalidade política? A alegação de quem usa desse mecanismo é o reconhecimento da pequenez ante um grande poder, a alegação de Garotinho se situa nessa linha, segundo ele a grande imprensa quer derrubá-lo.

Teríamos que saber quais são as motivações políticas da imprensa para querer derrubá-lo, quais as vantagens ou qual o medo que teria a imprensa de Garotinho. Responder a uma acusação reail sobre a sua conduta com uma greve de fome não parece ser o meio mais eficiente ou o mais apropriado. A medida pode até render votos junto ao seu eleitorado, ou uma silhueta mais esguia, mas não é a forma própria de defesa de uma acusação - justa ou injusta - contra a sua pessoa.

Há que se considerar que ele não é o único a ser acusado, se todos usassem desse mesmo método nós teríamos uma multidão em regimes de fome. O sem remédio do título, refere-se ao próprio candidato garotinho - que sempre está às voltas com alguma polêmica - e ao PMDB, que na minha acepção é só uma ficção, já não existe mais como partido. Como um grande monstrengo que veio do passado, ele sua uma certa inércia para ainda andar, mas por quanto tempo?

Thursday, April 27, 2006

Notícias

Ainda bem que o termo não vem do inglês, "news", pois as notícias de hoje não são o que se pode chamar de novidades. Na Camara dos Deputados, o presidente, com seu estimulante vozeirão, anunciou que a verba de combustível não pode ultrapassar os 30% do total da verba que cada deputado recebe para as despesas. Convenhamos que é pouco rigorismo para combater mais uma das sacanagens dos excelentissímos senhores dePUTAdos federais. O povo já está de saco cheio dos políticos e das suas maracutais, é uma em cima da outra, a canalhice é interminável.

No julgamento da freira assassinada em Anapu, fez-se a justiça, condenando-se o articulador do crime, aquele que negociou o assassinato da irmã, intermediando mandantes e executores. O único senão em tudo isso é essa participação popular nos julgamentos. Essa presença maciça de ongs, de partidos políticos e de movimentos, que funciona como um argumtno de pressão para que "se faça a justiça" não sei se é coisa boa. A mim me parece, sem entrar em nenhum caso específico, que a justiça deve funcionar com isenção de qualquer forma de pressão.

Na Bolívia, o índio cocalero presidente continua aprontando das suas. Agora está expulsando uma metalúrgica brasileira que estava se instalando no país. Independente das razões que possa ter para motivar a atitude tomada, a declaração de que "não há diálogo, a não ser a nacionalização da empresa". A Petrobrás já está pagando os seus pecados. Segue a trajetória chaviana que usa a democracia para acabar com a democracia, encerra bem a doutrina dos vermilhinhos, certos estão os que dizem "nego em nome dos vossos princípios, os princípios que me exigis em nome dos meus".

Thursday, April 20, 2006

Palavras e palavrões

Sempre gostei de merda. Não, não me entendam mal, não da coisa em si, mas do vocábulo, acho que merda tem uma sonoridade especial, poderia até designar uma coisa boa, algo agradável, mas designa, vocês sabem, só caca, só merda. Tem até uma certa inveja dos atores de teatro, eles desejam merda uns aos outros, para dar sorte. Ao contrário senso, sorvete, por exemplo, apesar de ser uma coisa boa, algo agradável a quatro dos sentidos, aos olhos, ao olfato, ao tato e ao paladar, peca no sentido da audição, sorvete tem som de merda, não da palavra merda, que esta tem som, ao sentido da audição, de sorvete. Sorvete soa como aquilo, como o significado literal de merda, merda merda mesmo.

Assim são as palavras, cada uma com a sua característica. Muita gente fala que saudade é uma palavra bonita, não sei, mas sinto mais saudade quando falo em nostalgia. Querem um outro exemplo de palavrão, no mau sentido? Cabedal! Onde já se viu cabedal! Ele tem um grande cabedal. Quem é que pode com isso? Um palavrão desses deveria ser proibido, deveria ser banito do idioma. Pensando bem, acho que vou fazer um movimento para banir cabedal do nosso idioma.

Acho que os palavrões do momento são mensalão e pizza. Eu até concordo que chamar as mutretas armadas por aquela cambada de sacana de pizza é mau gosto; as pizzas, que são tão saborosas, não mereciam esse triste destino, mereciam melhor sorte. Como diz um grupo de amigo, porque não "buchada de bode"? Combinava mais com essa turma, não acham?

Monday, April 17, 2006

Acordos tácitos

Acordos tácitos - do Lat.tacitu, calado; adj., silencioso; calado; taciturno; secreto; subentendido; implícito. Será esse o nome apropriado? - nunca funcionam direito. Eu faço a minha parte e parto do princípio de que o outro lado fará a sua parte, agirá de acordo com a tradição. Isso deveria funcionar, mas a prática tem demonstrado que não é bem assim, que não tem funcionado.

Lembro uma piada dos tempos da Copa do Mundo de Futebol de 1958 ou 1962, que ilustra bem o funcionamento estes acordos tácitos. Vicente Feola era o técnico da seleção e Garrincha o nosso ponteiro direito. Feola explicava para Garrinha como ele deveria fazer, que ele deveria driblar o lateral esquerdo e cruzar a bola para a área, onde Pelé apareceria para fazer os gols. Garrincha responde para Feola: "Seu Feola, por mim tudo bem, mas já combinaram isso com o lateral deles?"

A oposição tentou celebrar vários desses acordos com a nossa população e, até agora, a coisa não funcionou como ela esperava. Apontou o presidente, indicou-o como o mentor intelectual da prática do mensalão, como o responsável por toda essa armação para continuar no poder. Faltava que a população fizesse a sua parte, desse a resposta: exigindo um impeachment do presidente, ou, na pior das hipóteses, respondesse com uma queda violenta dos percentuais de aprovação de Lula nas pesquisas eleitorais. Resultado: nem numa coisa, nem a outra.

Tudo indicava que deveria ser assim, como num jogo com regras estabelecidas, a uma ação determinada deveria corresponder uma reação apropriada, para uma proposição, deveria haver conseqüências; tudo dentro do que mandam as boas regras da lógica acadêmica; mas eles esqueceram de um pequeno detalhe: era um acordo tácito com o povo, que usa regras lógicas estranhas e diferentes, e esqueceram de combinar isso com esse povo.

Thursday, March 30, 2006

Acontecimentos

Quebraram irregularmente o sigilo bancário do caseiro Francenildo, o que acabou ocasionando a mudança de Ministro da Fazenda, saiu Palocci e entra Mantega, foi lido o relatório da CPMI dos Correios, que incriminou todo mundo e, como se isso fosse possível, ao mesmo tempo, ninguém - pois que ninguém acredita que vá sobrar alguma coisa para alguém nesse paraíso da impunidade -, nosso astronauta foi para o espaço com a sua passagem de 20 milhões de dólares, a baiana Mara ganhou o BBB6, o famoso Picolé de Chuchu é o candidato do PSDB à presidência da república, Garotinho conseguiu fazer mais uma molecagem, derrubando Rigotto e se tornando o candidato à presidência pelo PMDB - ninguém sabe até quando - com a metade dos votos e uma matemática muito da malandra.

E tudo isso aconteceu nesses dez dias, desde o meu último post nesse Bandeide, em que eu falava que o PT se defendia das acusações dizendo que os outros "faziam a mesma coisa". Hoje ouvi a notícia de que o tal de Paulo Okamoto está fugindo dos oficiais de justiça que tentam intimá-lo, partindo-se do conhecido princípio de "quem não deve, não teme", esse é um bom indício de como deve andar a consciência do homem que paga todas as contas do presidente porque é bonzinho.

Escrevi num outro blog sobre a impossibilidade de esperar-se que petistas admitam seus erros, não é do feitio, nem da educação de suas hostes. Eles preferem a tática de que todos fazem a "mesma coisa". Do ponto de vista ético, significa o mesmo que matar alguém e dizer que os presídios estão cheios de gente que fizeram a "mesma coisa". Sabe quando vão se emendar desse jeito?

Monday, March 20, 2006

A tese da mesma coisa

Vale como argumento de defesa a tese de que "os outros também faziam a mesma coisa"? Eu grifei esse mesma coisa porque contido nele estão todos os defeitos seculares, todas as irregularidades que as nossas administrações públicas sempre cometem contra o povo.

Esse "mesma coisa" é um ente podre, em cujo teor se encontra a corrupção, vários crimes, o desrespeito às normas mais elementares da constituição do país, a falta de ética, a mentira aplicada descaradamente no povo, o uso da máquina estatal em proveito próprio, etc.

Para os que estão no poder esse mesma coisa (que equivale a "farinha do mesmo saco") já é considerado um grande argumento de defesa. Ficam contentes nossos governistas quando se defendem ao abrigo da tese da mesma coisa. Aqueles que há alguns anos propugnavam que eram diferentes, que eram os únicos honestos, hoje se satisfazem em ser apenas a "mesma coisa".

Fica difícil pedir voto, propugnar uma reeleição baseada nessa mesma coisa. Qual a vantagem de votar em alguém que propõe a ser "farinha do mesmo saco"? Agora mesmo, quando da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro da "casa dos malvados e das malvadezas - da casa dos mesmas coisas", alguns disseram que outros também havia feito o mesmo, a mesma coisa.

E não foi só com este caso, mas com tudo, com o uso do caixa dois no partido, com o desvio da verba das estatais, com a interferência nos fundos de pensão, com a verba da publicidade governamental, com o uso do aparelho estatal em proveito partidário, com o empreguismo para a cumpanheirada, empregos para filhos e familiares, tudo a sempre a mesma coisa.

Se a intenção é fazer a mesma coisa, eu sugiro que abandonem a política e vão fazer outra coisa na vida...

Monday, March 13, 2006

Que cada um pague a sua conta.

Eu escrevi no outro blog que não preciso mais agir com o que eu chamo de "cinismo da boa convivência". Vocês sabem o que é isso? É o que impede as pessoas de serem 100% honestas, de dizerem o que pensam. Assim, o empregado não pode falar do patrão, o amado não pode falar da amada, o comum mortal não pode falar da autoridade. Todos mentem, aquelas mentirinhas da omissão, a insenceridade necessária a boa convivência.

A mulher chega e te pergunta: - Amor, eu tô mais gorda? E agora? O que você vai responder pra a baleia? Vais dizer a verdade? Se disser a verdade, a baleia vaia virar a cara, não vai falar mais contigo, não vai te dar mais - o que pode até ser um favor! Você tem que resolver, ou ser sincero e enfrentar o mamute, ou aplicar a mentira, o "cinismo da boa convivência".

Esse é só um exemplo, existem centenas de outros exemplos semelhantes. Eu disse no outro blog que já superei essa fase, não tenho mais esse ônus, já paguei o ônus e agora o que vier é bonus. Teve um amigo que fez um comentário meio desaforado, eu sei, é difícil ouvir isso, dá dor de cotovêlo, saber que alguém não precisa mais enfrentar esse tipo de coisa dói. Principalmente quando a gente ainda precisa enfrentar.

Antes da inveja, meu amigo, saiba que eu já paguei a minha conta; feliz ou infelizmente essas contas são pessoais e intransferíveis, assim sendo, que cada um pague a sua. Um abraço e até mais.

Sunday, March 05, 2006

Volta e meia!

A gente, ou eu nesse caso, não é mesmo cara-pálida?, uso a palavra com muita liberalidade, amigo, volta e meia estou chamando de meu amigo alguém que conheço fazem apenas cinco minutos. Um mero vocativo? Um hábito, uma maneira de nomear as pessoas? Um desprestígio com a figura dos amigos? Não, nada tão grave, talvez seja só o vocativo mesmo. Feita esta desnecessária digressão com os meus maus hábitos vocacionais, devo dizer que o objetivo deste post é falar mal dos chamados "espaços vips".

Agora mesmo, no carnaval, e antes um pouco, nos shows das grandes bandas de rock, se viu mais uma vez a proliferação dessas malditas pragas elitistas. Deixa eu colocar algumas coisas antes que você me cruxifique! Sei que é necessário um espaço para que as celebridades possam acompanhar os eventos, questão de bom senso, não dá para querer que eles se misturem no meio da massa. Do jeito que a massa caça os seus ídolos - outra asneira! - sei que é necessário separá-los da massa ignara.

Bom, então voltamos a estaca zero, sem solução, dirão vocês. Não, não necessariamente, se a existência de um espaço adequado se justifica, não é obrigatório uma série de coisas. Vamos aos "que seja", ou aos "que não deveriam ser": que seja no melhor lugar da audiência; que seja gratuito para quem já é abastado; que sejam servidos como se fossem nababos por um séquito de escravos.

Não se pode criar pessoas de primeira e de última classe, essa diferença de tratamento não é justificável. Digo mais, até porque esse conceito de celebridade aqui no Brasil é muito elástico - para dizer pouco! Quantas figuras já foram idolatradas, paparicadas, ensebadas, escovadas e depois se viu que eram uns "171" de primeira classe?

Não gosto de colocar experiências pessoais, mas conto essa. Houve uma época em que eu acompanhava o setor das vídeo-locadoras. Nos congressos, feiras, nos eventos do setor, as grandes produtoras davam a maior atenção a determinado empresário aqui de Porto Alegre. O cara tinha tratamento vip, hospedagem, fazia parte da mesa, etc, vocês sabem como isso funciona. Algum tempo depois o cara deu o maior desfalque em todas as produtoras e desapareceu do mapa.

Enquanto isso, os representantes de centenas de outras empresas - que muitas vezes são as que cumprem com todos os compromissos - permanecem anônimas, são tratadas de qualquer jeito, porque não são "importantes" para o ramo.

Tuesday, February 28, 2006

Trabalho e trabalhos

Dizer que qualquer trabalho é igual é desconhecer a natureza das diversas ocupações. Tem gente que é colocado numa redoma e passa a achar que a vida é aquilo, rapidamente esquece que existe uma "vida real lá fora", onde tudo é mais complicado, onde pequenas preocupações, ausentes de quem vive na redoma, passam a ocupar o dia-a-dia de quem vive "lá fora". Coisas simples com garantir o arroz e o feijão de cada dia, - que não é fornecido pelo governo - o colégio das crianças, a condução, segurança, médico, hospital e remédios, tudo coisas, que aqueles que vivem dentro da redoma, "fora da vida real lá de fora", esquecem que é preciso lutar no dia-a-dia, todos os dias.

Nosso "amado e cada vez mais, sempre mais, querido presidente", declarou que "por ele não tirava mais férias", e que "nem sabe porque as pessoas tiram férias". Talvez porque ele tenha trabalhado pouco tempo na vida, aposentadoria precoce, sabe como é se aposentar com apenas três anos de trabalho não é para qualquer um, dá nisso, pouco trabalho, depois fica dando essa vontade "disgramada" de trabalhar. Mas não é todo mundo que trabalhou pouco assim, viu Sr. Presidente, tem gente, - eu inclusive - que trabalhou em dois empregos, que financiou os estudos, viu Sr. Presidente, que não teve preguiça "disgramada" de ler e se formou em faculdade pagando com o esforço do próprio trabalho. E nunca foi político, viu Sr. Presidente, sempre teve que trabalhar para ter as coisas.

Volta e meia a gente tem que ouvir cada uma, que parece até duas... Contando não acreditam...

Tuesday, February 21, 2006

Provando novas teses

A continuar nesse ritmo, o resultado das CPI's poderá surpreender muitos cidadãos brasileiros, mas não os cidadãos do Rio Grande do Sul, os gaúchos já provaram e sabem que existe crime perfeito. Pela simples razão de que é muito difícil de comprovar judicialmente os desvios cometidos, quando aqueles que cometeram os desvios tomam um série de cuidados.

Certos indícios são veementes, aqui no Rio Grande do Sul, passamos por uma CPI que descobriu doações para a compra da sede de um partido em que nenhuma uma única doação - vou repetir - nem uma única doação sequer - foi efetuada em cheque, todas as doações, independente dos valores doados, fossem altos, médios e pequenos, foram feitas com dinheiro vivo.

Quem acredita na regularidade de algo dessa tipo, doações em que nenhum dos doadores utiliza um cheque em pleno século 21, também tem que obrigatoriamente acreditar no Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa, na Fada do Dentre, isso pelo mínimo. Mas, apesar dessa descoberta, a origem do dinheiro, que se supõe que fosse de uma fonte escusa nunca ficou devidamente esclarecida, qual a marca do dinheiro vivo?

Agora com esse mensalão, com milhões de operações bancárias para acobertar as movimentações, com alguns testas de ferro recebendo em nome de outros, com muitos recebendo em dinheiro vivo, apesar de alguma coisa ser provada, onde está a origem de todo esse dinheiro? É claro que foi montada toda uma artimanha para acobertar as tramóias e, embora o governo diga que vai cortar na carne e blá, blá, blá, joga sempre na defesa, tentando impedir que se chegue a qualquer conclusão, isso é mais do óbvio.

É bom mudar de concepção, porque dentro desse padrão de investigação, existe o crime perfeito, e existirão novos crimes perfeitos que teremos de enfrentar.

Saturday, February 18, 2006

Defendendo a canalhice

Acabar com nepotismo é algo tão óbvio como acabar com a corrupção, ninguém pode fazer do público privado, o cuidado com o bem público tem que ser imensamente maior do que o cuidado com o privado. Não há o que discutir nesse ponto. Levantar teses como a confiança, competência, etc, é querer ver consagrado o princípio da canalhice, porque é preciso ser no mínimo canalha para defender algo indefensável, para querer continuar se locupletando com o dinheiro público. E tem alguns que nem ficam com a cara vermelha.

Esse é o nosso problema, nossos homens públicos defendem sem a menor cerimônia o indefensável, não adianta anuir argumentos de que o nepotismo é necessário pela probidade, ou confiança, quando estes são qualificativos inerentes a qualquer funcionário público. Só o parente, só a mulher, só o filho é digno de confiança, o resto é um bando de corruptos, de indignos. O que é isso? Isso lá é defesa que se apresente? As normas, os regimentos, as leis estão aí para serem cumpridos, inclusive aqueles que proíbem o nepotismo! Que nem precisaria de lei para proibir, bastaria ter vergonha na cara para ser evitado.

Como vou confiar num representante que não é meu parente? Partindo do princípio de que quem não é parente não é digno de confiança, nem é probo, então todos os deputados e senadores que atualmente estão me representando no Congresso Nacional não merecem a minha confiança. Não tenho nenhum parente lá, logicamente não posso confiar em ninguém. Viram como tudo é um sofisma? Repito: não há formas de defender o que é indefensável.

É o que nos falta, vergonha na cara, uma mercadoria em constante falta nas instituições brasileiras, na cara dos nossos homens públicos, que advogam uma moral particular, toda própria, diferente da moral do homem comum, que permite tudo, até o imoral ou o amoral. Não faz muito convivemos com um presidente da câmara dos deputados que fazia pouco da nossa inteligência, e, por diminuta inteligência, deixou transparecer a forma como pensam os nossos representantes, e ele serve de paradigma, de modelo.

Mas um dia, quem sabe? Um dia... quem sabe no dia do juízo final?

Wednesday, February 15, 2006

Acertando o passo

Ninguém disse que você não pode ter um blog de sucesso só com textos. O primeiro desafio que você vai ter que enfrentar é da qualidade. Se o único produto que você tem para oferecer é texto, ele tem de ser de muita qualidade. Assuntos interessantes, que prendam a atenção, sem ser chorosos, não sejam fúteis, nem muito sérios, sejam bem humorados, mas sem exageros. Em suma, achar o ponto certo não será tarefa fácil.

Até aí morreu neves, dirão vocês com minha total concordância. Todos sabem que fazer algo de qualidade não é fácil (ou exige um talento inato, para quem textos como esses brotam pelos poros). Infelizmente não é o meu caso, que até consigo fazer alguns textos mais ou menos, mas que quando ficam assim é porque me deram trabalho demais. E eu afirmo que qualidade assim não é muito vantajosa, como quem mede um consumo: é muita gota de suór por linha teclada.

O pessoal mais esperto já descobriu um segredinho dos blogs, e que acerta em cheio no "gosto" dessa geração atual: uma geração que adora ver e detesta ler, ou como diz o nosso amado presidente: "tem uma preguiça desgramada(sic) de ler". Apelar para o visual significa colocar muita imagem bonita nos blogs; ou como diz a minha sogra querida, filme bom é filme "bem colorido"; daí que blog bom é "blog bem colorido". O segredo é fazer um blog bem colorido, com muito vermelho, maravilha, cenoura, amarelo, tons chamativos, quentes.

Porque no caso dos bons textos, não bastará escrevê-los, criá-los, você ainda terá pela frente uma árdua tarefa, que é atrair uma galera disposta a lê-los, e isso, meus amigos, não será tarefa fácil!

Sunday, February 12, 2006

Notícias

São apenas notícias, dizem que gastaram 300 mil reais para mandar colocar um bar no aeropinguço, quer dizer, no Aerolula, mas o ministro Furlan diz que não é um bar, que ele nem bebe há 40 dias. Não sei bem o que isso significa, será que antes desses quarenta dias o trago andava correndo solto? Não afirmo nada, sei lá, de repente me expulsam para algum lugar, sabe como é, já expulsaram até repórter americano por causa dessa história de bêbado e de bebidas. E eu nem bebo!

Por falar no homem, ele anda pela África - como ele adora andar pelo continente africano, não é mesmo? - dizendo que o País está endividado com os africanos. Pelo que eu sei nós não devemos um centavo sequer para os países africanos, eu pelo menos não devo; e nem dou procuração para que ele - ou quem quer que seja - assuma em meu nome dívidas que não contraímos formalmente. Se ele quiser contrair alguma dívida, que o faça em seu nome pessoal (ou vá fazer política com argumentos mais inteligentes!).

Ele tem essas manias, isso não é novidade, ele costuma fazer bondades em nome do povo brasileiro, perdoa dívidas, e andou até doando navios e equipamentos. No dizer popular a gente chama isso de "cumprimentar com o chapéu dos outros". Eu confesso que não conheço a legislação à respeito, mas acho que para certas coisas, nem é questão de legislação, é questão de ter o que se chama de "semancol ou sefragol".

Thursday, February 09, 2006

As revoluções e o desenvolvimento

"A vida dos povos prova a necessidade de repetições que impressionem. Acumulações de ruínas e torrentes de sangue são, por vezes, necessárias para que a alma de uma raça assimile certas verdades experimentais". - Gustave Le Bon, in "As Opiniões e as Crenças"

As reconhecidas e persistentes dificuldades da nação, que atravessa os séculos e não consegue atingir um padrão aceitável de desenvolvimento, só serão superadas por uma ação coletiva resultante da conscientização do povo.

Alguns historiadores e filósofos defendem, a exemplo de Gustave Le Bon - autor do pensamento do primeiro parágrafo - que essa conscientização depende de uma aprendizado advindo da repetição de situações traumáticas que marquem fundo a alma desse povo.

Não é incomum essa idéia de que "sem derramamento de sangue" não há a formação de um caráter nacional que impulsione o desenvolvimento de um país. Certos valores morais, éticos, parecem ser aprendidos com esses infortúnios. "Não vamos mais repetir nossos erros, porque eu perdi meu ..." é a frase que fica marcada nos corações e mentes, contendo no seu final o nome de um ente querido perdido numa batalha qualquer.

É uma maneira terrível de se aprender, pré-histórica e desumana. Dizer-se que o homem precisa da guerra para adquirir certos padrões morais chega às raias do absurdo. Mas, infelizmente, é uma tese que vem se comprovando pelo estudo da história. Como diz Le Bon: "Todas as nações verificam, desde as origens do mundo, que a anarquia termina pela ditadura. Mas dessa eterna lição elas não tiram qualquer proveito".

Quando ocorre, porém, um derramamento de sangue a lição é imediatamente aprendida, e desse ponto em diante nunca mais cometem o mesmo erro.

Thursday, February 02, 2006

Grande Google!

Estava invejando um pouco da juventude bem-sucedida dos dois fundadores do Google, que atualmente estão no Brasil conhecendo o projeto nacional de uma fonte de combustível alternativo ao petróleo a base de metanol.

Estavam em Davos - na Suiça - participando do Forum Econômico Mundial e vieram direto para o Brasil, motivados pela notícia dessa fonte alternativa, que é renovável e muito menos poluidora do que o petróleo, o metanol.

O Google fechou o exercício de 2005 com um lucro bruto de seis e meio bilhão de dólares, nada mal para um projeto que começou há poucos anos sem maiores pretensões. Viram o quanto pode valer o algorítmo certo, na hora certa e no lugar certo?

Monday, January 30, 2006

Falhas

Os aplicativos, os utilitários na internet estão falhando muito. Provavelmente porque foram mal desenvolvidos, e por isso possuem bugs, defeitos que fazem com que não funcionem direito. Não sei se a culpa é de um certo atropelo ao fazer as coisas, pouca mão de obra - as infernais otimizações de pessoal com redução de custos! - ou se é algo com a diminuição da capacidade técnica do pessoal.

Já nem falo em falhas sob o ponto de vista da incompletude, por estarem faltando aplicativos ou módulos, falo de falhas grosseiras. Hoje mesmo perdi um tempão com este tipo de aplicativo. Faço o upload de algumas imagens (10) e as identifico com uma "tag" (identificador) comum, no caso foi "movies". Quando vou fazer um aplicativo o sistema pergunta: selecionar as imagens por tag? Respondo que sim e coloco no espaço "movies". O sistema responde que não tenho imagens com esta tag (?).

Vou num outro aplicativo e mando pesquisar por tag, coloco "movies" e o sistema retorna as 10 imagens que fiz o upload! Para um aplicativo existe a tag movies, para outro não, dá para entender? Em tudo isso você perde tempo; primeiro porque inicialmente você acha que foi um erro seu; e depois porque você quebra a cabeça para contornar o defeito do programa. Algo que era para ser feito em 2 minutos, demora uma hora.

Outro geranciador de blog só aceita uma imagem por post. É, não importa o tamanho em pixels ou o tamanho em bytes, uma imagem só. Se você quiser colocar duas, troque de hospedeiro, vá para outro lugar, qual a lógica disso?

Saturday, January 28, 2006

As verdades ocultas.

Nem tudo o que é verdade deve ser publicado, de domínio público. Só porque é verdade não significa que deva ser do conhecimento de todos, isso parece ser uma outra verdade bem simples e fácil de entender. É muito provável que existam naves espaciais e homenzinhos verdes na famosa Área 51 nos Estados Unidos, mas quem disse que isso deva ser matéria do conhecimento público?

Cito a famosa área de pesquisas da Força Aérea Americana só como um exemplo, lógico que além dela milhares - ou, quem sabe, até milhões! - de segredos cabeludos continuam sem ser revelados ao grande público. Eram os Deus Astronautas? O que se esconde no Triângulo das Bermudas? A Atlântida perdida?

Onde está escondido "o bolo" do Delfim Neto? Onde está a república próspera do FHC? Onde estão os dez milhões de empregos do Lula? Porque a batalha contra a inflação precisa necessariamente empobrecer o povo e enriquecer os bancos?

São estes segredos que continuam guardados a sete chaves. Verdades que o povo não está preparado para conhecer. Quem sabe no dia do juízo final?

Tuesday, January 24, 2006

Guinada à Direita

A esquerda tem se apresentado ao mundo como uma postura contra a situação dominante; todos conhecem a famosa frase que sempre representou bem essa atitude: "se hay gobierno, soy contra". Contestar a situação, contestar os problemas sociais, contestar a pobreza, contestar a má divisão dos recuros globais, contestar a exploração das camadas mais pobres da população, contestar a exploração de nações inteiras, contestar o mau uso dos recursos naturais do planeta, contestar, contestar, contestar tudo tem sido a plataforma por excelência das esquerdas.

Em todas essas circunstâncias, "hay um gobierno, entonces soy contra". O problema aparece quando essa idéia da esquerda é vencedora, convence as massas e assume o poder. O ideal de todo o partido político, passar da oposição para situação, passar a ser "el gobierno". É nessas horas que tem surgido a questão mais normal, mais esperada desses momentos: ¿Y ahora muchachos? ¿que lo haceremos ahora que somos el goberno?

Passar de uma situação a outra exige uma mudança imediata de postura, chegada é a hora de apresentar programas, de ser pragmático, de apresentar as soluções contestadas no discurso. Aqui no Brasil nós passamos claramente por isso, o presidente Lula acabou tendo que declarar que seu discurso opocionista foram "bravatas de oposição". A única forma que encontrou de confessar que não havia programas capazes de por em práticas as idéias defendidas nos discursos oposicionistas.

Falta às esquerdas um modelo pronto e acabado que represente o bom sucesso, a concretude do seu ideário. Sem o paradigma, resta apenas o sonho, a quimera, o eterno vender de uma idéia que, para sua existência, não deve nunca passar para o campo do real, deve permanecer no campo do irreal, do imaginário, do onírico. As esquerdas não nasceram para governar, não é tarefa que lhes caiba - ou que saibam gerir. Para o bem de todos, inclusive da situação - que também não sabe ser oposição competente -, deve continuar cumprindo o seu papel de oposição.

No caso de vencer as eleições, a oposição deveria exigir da situação a assinatura de termos de compromissos e entregar os cargos. Já teria cumprido com o seu papel na eleição. A sua verdadeira missão é ser oposição durante os governos. Eu mesmo lembro que nunca saiu a reforma da previdência - que retirou direitos dos trabalhadores no Brasil - enquanto a oposição foi oposição. Sabe quando esses direitos foram retirados? Quando a oposição virou situação! Tenho ou não razão no que digo?

Friday, January 20, 2006

No meu tempo...

Quando o cara diz "no meu tempo" é porque já é velho. Velho de idade não significa velho de espírito...Pára, pára, pára, isso é tudo bobagem, só bobagem... espírito não envelhece, amadurece, e isso é o normal da nossa vida. Velho com cabeça e atitude de jovenzinho é um retardado mental. Mas... sem mas, o que envelhece é o corpo, velho significa muito vivido, com muitos anos acumulados na vida, nascido já há muitos anos, aquele que não é mais jovem.

Ser velho não significa ser retrógado, ou ser avançado, nem uma coisa, nem a outra, significa ter vivido em várias realidades diferentes, em várias épocas, conhecer diferentes costumes de diferentes épocas. Alguns costumes evoluem outros involuem, assim é a vida. Ser velho é ser aquilo que a realidade mostra, não é preciso ficar bancando o jovem para ser politicamente correto; agir e fazer aquilo que se tem vontade, aquilo que é compatível com a possibilidade de cada um; mesmo sendo todos da mesma idade, as condições fisícas variam de indivíduo para indivíduo.

Eu ainda sou um "velho novo", mas não me atrevo a praticar body jumping, paraquedismo, alpinismo, etc, são atividades não compatíveis comigo, com minha compleixão fisíca e, principalmente, com o meu gosto. Porque vou praticar alguma coisa de que não gosto? Só para aparentar que sou mais jovem? Prefiro outros tipos de atividades fisícas, outros tipos de esporte, gosto de natação, caminhadas, ciclismo, tênis, etc.

Sei que isso tudo depende dos gostos de cada um e, cada um com seu cada um, mas vejo nesses perfis da internete a preocupação com a idade, chega a ter perguntas específicas, tipo: ocultar a idade? ocultar o ano de nascimento? Eu não oculto nada! Eu sou o que sou, tenho a idade que tenho, e sou feliz como sou, ponto.

Tuesday, January 17, 2006

Previsões

Estamos em 2006, no Brasil é ano eleitoral, no qual a disputa que se apresenta - lamentavelmente - não se dará para escolher o melhor candidato, mas para escolher um candidato em condições de evitar um continuísmo perigoso, demagógico, populista e danoso ao país.

No mundo continuamos assistindo à falência dos modelos de Estado-Providência; a falência de um modêlo, onde os segurados brigam para não perder o que já está perdido. Também perdidos estão os Estados Unidos, lutando uma guerra contra um inimigo oculto, numa versão urbana do Vietnã; só esperando uma chance para uma retirada que não dê a aparência de derrota.

Alterações climáticas assolam a vida no planeta, com potencial para, inclusive, para acabar com a raça humana. A peste medieval ressurge, com o aparecimento de um vírus que ameaça com mutações que podem se tornar incontroláveis. Hoje a mais desenvolvida tecnologia convive com a mais absoluta e inimaginável miséria. O futuro?

Sunday, January 15, 2006

Fui eu ou foi o cinema?

Achei o ano que passou decepcionante em termos de lançamentos cinematográficos. Qual o grande filme? Qual foi o lançamento que monopolizou a atenção? O normal é que todo ano seja lançado um grande filme e mais uma dúzia de títulos de destaque. O que terá acontecido com o cinema em 2005?

Ou não foi o cinema, fui eu, foi decepção minha? Confesso para vocês a minha condição de não fã da série dos filmes de Harry Potter. Que absurdo, não? Pois é, mas eu não gosto nem dos livros e, menos ainda, dos filmes do bruxinho. Peter Jackson, que ganhou uma legião de adoradores pela sua direção nos filmes da série, mereceu mais a minha consideração pelo remake de King Kong.

Amanhã - segunda dia 16 - é dia de entrega dos Globo de Ouro, que funciona como uma espécie de prévia do Óscar, não tenho favoritos; fosse responsável pelo prêmio, acho que teria dificuldade em nomear uma lista de indicados em cada uma das categorias que concorrem ao prêmio. Espero um 2006 com melhores luzes para o cinema.

Wednesday, January 11, 2006

Bóris Casoy

Ele se tornou conhecido com o bordão "Isso é uma vergonha!" e foi o âncora do Jornal da Record de 14 de julho de 1997 a 30 de dezembro de 2005, Boris Casoy sempre foi um crítico feroz das administrações públicas. Na atual administração petista, não foi diferente, mas o que foi diferente foi a reação desse que se diz um partido defensor da causa democrática, mas que adora calar a imprensa, e que acabou provocando a rescisão do seu contrato com a Record.

É bem provável que a maioria dos brasileiros ainda não conhecessem esse lado do Partido dos Trabalhadores, mas para os moradores do Rio Grande do Sul a prática é bem conhecida. Que o digam algum famosos jornalistas da imprensa local - mais de uma dezena - que perderam os seus empregos por pressão da administração petista que à época governava o Estado.

A presidência da Rede Record teria avisado Casoy de que o atual governo não admitia críticas, inclusive com ameças de cortes na publicidade estatal no Jornal da Record. e sugestões de nomes para substituí-lo. Infelizmente a Rede Record - como de resto as outras redes de jornalismo - se tornaram dependentes do capital governamental, que usa as verbas de publicidade como um meio de pressão. Acabou sobrando para o lado mais fraco, demitiram o jornalista.

Monday, January 09, 2006

Reincidentes

Agora que eu notei que os dois últimos posts falam sobre problemas no "mundo virtual". Talvez o título seja impróprio, não me consta que algum byte tenha se revoltado e criado alguma confusão, todos os problemas do chamado mundo virtual são sempre causados por pessoas, e pessoas bem reais.

Ando realmente meio descrente na humanidade, para todo lado que eu olho só vejo estupidez, raramente se vê alguma ação mínima que se possa dizer digna dessa raça. Muitos exaltam a necessidade de continuar acreditando numa possivel redenção, não sei qual com que base vamos alimentar essa crença, não vejo bondade imperando nem entre os que se dizem bons.

Este é um post ácido, eu tenho consciência disso, mas a vida tem sido ácida, causticante. Este é um post sobre a realidade, não está alimentado por nenhuma dessas fantasias que buscam trazer ares amenos para os nossos dias. Quem quiser se iludir, que se iluda...

Saturday, January 07, 2006

O mundo virtual

Estava lendo um artigo sobre as "desventuras" de alguém que teve a sua intimidade devassada e a sua vida bagunçada no Orkut. Não sou um defensor, nem um detrator do Orkut, sou um defensor do bom senso. Estive olhando os meus blogs e acho que forneço dados demais no meu perfil, não seria necessário, ou não seria conveniente, considerando o número de loucos e de loucas que andam por aí no mundo virtual.

O mundo virtual tem essa característica, reproduz o mundo "real" - não gosto desse real, porque dá a impressão, em contraposição, que o virtual não é real - com exatidão, com todos os defeitos e com todas as virtudes, e nem tem porque ser diferente; ninguém fica mais "evil", mais endominiado, nem mais santo só por meia dúzia de pixels.

Como eu gosto de repetir, o homem é o lobo do homem, o homem é o predador do homem, ele mesmo tem esse dom de tornar a vida muitas vezes insuportável.

Wednesday, January 04, 2006

Desencontros virtuais.

Esses tempos eu li uma crônica na internet, muito bem escrita por sinal, sobre os desencontros, sobre os ruídos que ocorrem na comunicação entre o pessoal que usa a internet como um meio de comunicação. Pelo texto, e pelo uso de certos termos técnicos - jargão profissional - pude deduzir que o(a) autor/autora é alguém da área de comunicações.

Atualmente a net já dispõe de uma série de acessórios que auxiliam bastante quem quer usar o micro como instrumento de comunicação; uma webcam e um microfone são exemplos de utilitários que ajudam muito na tarefa. Uma câmara supre uma das barreiras levantadas pelo(a) articulista na crônica citada, a falta do feedback, de ver no rosto do outro as reações que determinados assuntos provocam.

Uma pausa maior quando teclando, ou até mesmo uma queda do sistema durante a conversa, podem ser mal interpretados e julgados como uma fuga do diálogo. Mal entendidos que podem ocorrer até com uma certa freqüência para quem está conversando online. Isso sem falar na falta de esclarecimento, de entendimento, pode parecer simples, mas é extremamente difícil substituir um diálogo falado pelo teclado, a limitação imposta pela velocidade da digitação é evidente.

Eu posso dizer que já sofri alguns penaltis com isso, alguns mal entendidos que acabaram gerarando interpretações errôneas; ou muita coisa que acaba sendo deduzida, mas que na realidade nunca foi dita. Mas evoluiremos, como pessoas, e também evoluirão os equipamentos, para que no futuro esses desencontros virtuais sejam bem mais raros.

Sunday, January 01, 2006

As chances

Por mais que se afirme que a possibilidade de que alguém venha a acertar na mega-sena é quase uma impossibilidade estatística, alguma coisa na ordem de um para cinquenta milhões, isso para quem faz a aposta mínima, sempre existe aquele unzinho, aquele um mirradinho, bem pequenininho, quase invisível, mas existe uma possibilidade!

E é baseado nesse unzinho, quase invisível, que todo mundo joga. E sonha com este unzinho. E como é bom sonhar, não é mesmo? Essa vida é feita de sonhos. O pessoal gosta de comparar as chances de ganhar na loteria com eventos trágicos, não faça isso! Se é difícil de acontecer alguma coisa boa, vai ser difícil de acontecer coisa ruim também.

Depois, nesse país não adianta poupar. Quer um exemplo? Se você guardar 10 reais por semana, durante vinte anos, no final desse tempo você terá poupado 10.400 reais. Agora me responda: Quem é que fica rico com esse "montão" de dinheiro? Quer saber? Jogue! Pelo menos jogando você tem uma chance em 50 milhões.