Em todas essas circunstâncias, "hay um gobierno, entonces soy contra". O problema aparece quando essa idéia da esquerda é vencedora, convence as massas e assume o poder. O ideal de todo o partido político, passar da oposição para situação, passar a ser "el gobierno". É nessas horas que tem surgido a questão mais normal, mais esperada desses momentos: ¿Y ahora muchachos? ¿que lo haceremos ahora que somos el goberno?
Passar de uma situação a outra exige uma mudança imediata de postura, chegada é a hora de apresentar programas, de ser pragmático, de apresentar as soluções contestadas no discurso. Aqui no Brasil nós passamos claramente por isso, o presidente Lula acabou tendo que declarar que seu discurso opocionista foram "bravatas de oposição". A única forma que encontrou de confessar que não havia programas capazes de por em práticas as idéias defendidas nos discursos oposicionistas.
Falta às esquerdas um modelo pronto e acabado que represente o bom sucesso, a concretude do seu ideário. Sem o paradigma, resta apenas o sonho, a quimera, o eterno vender de uma idéia que, para sua existência, não deve nunca passar para o campo do real, deve permanecer no campo do irreal, do imaginário, do onírico. As esquerdas não nasceram para governar, não é tarefa que lhes caiba - ou que saibam gerir. Para o bem de todos, inclusive da situação - que também não sabe ser oposição competente -, deve continuar cumprindo o seu papel de oposição.
No caso de vencer as eleições, a oposição deveria exigir da situação a assinatura de termos de compromissos e entregar os cargos. Já teria cumprido com o seu papel na eleição. A sua verdadeira missão é ser oposição durante os governos. Eu mesmo lembro que nunca saiu a reforma da previdência - que retirou direitos dos trabalhadores no Brasil - enquanto a oposição foi oposição. Sabe quando esses direitos foram retirados? Quando a oposição virou situação! Tenho ou não razão no que digo?
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