As reconhecidas e persistentes dificuldades da nação, que atravessa os séculos e não consegue atingir um padrão aceitável de desenvolvimento, só serão superadas por uma ação coletiva resultante da conscientização do povo.
Alguns historiadores e filósofos defendem, a exemplo de Gustave Le Bon - autor do pensamento do primeiro parágrafo - que essa conscientização depende de uma aprendizado advindo da repetição de situações traumáticas que marquem fundo a alma desse povo.
Não é incomum essa idéia de que "sem derramamento de sangue" não há a formação de um caráter nacional que impulsione o desenvolvimento de um país. Certos valores morais, éticos, parecem ser aprendidos com esses infortúnios. "Não vamos mais repetir nossos erros, porque eu perdi meu ..." é a frase que fica marcada nos corações e mentes, contendo no seu final o nome de um ente querido perdido numa batalha qualquer.
É uma maneira terrível de se aprender, pré-histórica e desumana. Dizer-se que o homem precisa da guerra para adquirir certos padrões morais chega às raias do absurdo. Mas, infelizmente, é uma tese que vem se comprovando pelo estudo da história. Como diz Le Bon: "Todas as nações verificam, desde as origens do mundo, que a anarquia termina pela ditadura. Mas dessa eterna lição elas não tiram qualquer proveito".
Quando ocorre, porém, um derramamento de sangue a lição é imediatamente aprendida, e desse ponto em diante nunca mais cometem o mesmo erro.
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