Wednesday, December 28, 2005

As Leis da Convivência

Isaac Asimov escreveu mais de 500 contos e romances e inventou o termo ''robótica''.´Asimov propôs em 1940 as famosas "três leis da robótica", como um contraponto à teoria de que o homem se tornaria escravo e/ou vítima das máquinas. Os robôs seriam programados para obedecer a três leis básicas:

1 - Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um homem sofra algum mal.
2 - Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos que em elas contrariem a primeira lei.
3 - Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.

Eu tenho uma adaptação dessas leis da robótica à existência prática, as leis do dia-a-dia, eu aplico com as devidas adaptações aos meus mascotes, os meus cães. Eu sou um apaixonado por cães, mas não admito - em nenhuma hipótese - que um cão infrinja uma dessas três leis. Hoje, infelizmente um deles, justamente o meu preferido, atacou alguém aqui de casa, sem nenhuma razão. Confesso que fiquei muito triste, mas infelizmente ele teve de partir aqui de casa, ele não mora mais aqui.

Monday, December 26, 2005

Até Cansa...

Confesso que escrever sobre esse governo e suas trapalhadas cansa, e cansa muito. Primeiro foi um ataque das elites que deseja fazer baixar a cabeça de um nordestino humilde, depois foram manobras de uma oposição raivosa que deseja fazer voltar o status quo, depois foi uma perseguição arquitetada pela imprensa, agora a briga é contra a igreja católica, mais especificamente contra a opinião da CNBB, amanhã eu acho que será o povo, ou não sei quem mais. Em tudo fica a impressão de que é tudo e todos, menos o partido.

Passou dois bilhões e seiscentos mil no valerioduto, mas não houve mensalão; Delúbio e companhia mentiram descaradamente, mas não houve mensalão. A todo momento se usa a justiça e as leis buscando se eximir de responsabilidade; fosse assim teriamos que pedir perdão a Collor de Mello, a justiça não provou nada contra ele também.

O chato é ter que vamos ter que aturar mais um ano inteiro dessa ladainha, até que possamos finalmente nos vermos livre definitivamente da "inocência" dessa gente. Cansa...

Friday, December 23, 2005

Tuesday, December 20, 2005

Da Carta Capital à Caras

Ao se examinar a mídia tem-se a impressão de que as notícias se dividem em duas categorias: as más notícias de sempre, a velha máxima de que são as desgraças que vendem jornais, revistas, espaços na tv, etc; ou as banalidades, o nonsense. É como você só pudesse escolher entre dois tipos de "CCs", ou fica com a Carta Capital ou com a Caras.

Claro que há nisso um exagero, não é bem assim que funciona na prática, sempre existem as publicações médias, digamos, as intermediárias que suprem esse mercado, até porque vale a lei do próprio mercado, que não deixa lacunas, alguém sempre vê as boas oportunidades de negócios e supre.

Mas é inegável que os dois tipos de publicações citados no primeiro paragráfo são as que acabam formando a grande massa da opinião pública. E, a não ser que lide com um público mais elitizado, você vai ter mesmo que conversar com quem tem sua base de formação nesses chamados diários e programas populares.

Isso abre um tipo de debate, praticamente interminável, na tentativa de se determinar "se é o veículo que forma o consumidor ou vice-versa". Talvez esse "mea culpa" deva ser dividido em partes iguais, o leitor/telespectador/ouvinte não parece muito interessado em se aprimorar, nem a mídia em melhorar o nível daquilo que fornece ao consumidor.

Saturday, December 17, 2005

Chega de Chuvinha!

Chuvinha, não estou falando de chuva que é coisa bem diferente, chuvinha tem esse diminutivo que compromete - eu sempre digo, desconfie dos diminutivos! - e está incluída entre as coisas mornas, as nem quentes, nem frias, uma tipica indecisão climática. Sem querer ser grosso, mas no popular é aquilo que "não fede e nem cheira" - só faltou o não solta as tiras para a propaganda da sandália. Em questões de clima sou um imoderado, um tipo oito ou oitenta, daqueles que preferem que chova canivete ou que faça sol.

Eu costumava chamar esse tipo de chuva, com o perdão da má palavra, de chuvinha "fudedeira", aquela que só presta mesmo pra f..., literalmente falando, ocasião em que tanto faz - quem vai ligar para o tipo de clima que está fazendo numa hora dessas? - ou pra f... a paciência de nossotros. Eu já sei, é uma briga boba essa com o clima, tanto faz, brigar não resolve mesmo, mas não custa desabafar.

Mas o tempo tem andado assim aqui pelas bandas do sul, em praticamente em todo o sul do país, desse jeito que eu não gosto, e não sou só eu, para o pessoal que vive da agricultura a coisa está feia. No interior do estado tudo muito seco, a safra agrícola no ano passado "foi pra banha" e a desse ano - eu temo - que esteja indo para o mesmo caminho. Mas como já falei antes, para isso não tem remédio, o jeito é esperar que o humor de São Pedro mude, que o clima ajude, e as coisas voltem ao normal.

Thursday, December 15, 2005

Duros Ensinamentos

Esperar que um político admita claramente que estava totalmente errado na sua decisão, ainda mais quando essa decisão foi de mandar que suas tropas invadissem um país sem o menor motivo para isso, é esperar demais de um político. Bush foi até onde podia, o seu limite, até o limite dos políticos, disse que "é verdade que muito do que a inteligência informou estava errado." (i.e., não havia armas de destruição em massa) "Como presidente, eu sou responsável pela decisão de invadir o Iraque." E mais não disse porque não podia.

Essa declaração foi feita depois de 1.000 dias do início do confronto, depois de aproximadamente 30.000 mortes iraquianas, 2.140 mortes norte-americanos e um número ainda não estimado, embora menor, de mortes dos membros das forças aliadas. Nisso tudo fica uma lição, um ensinamento, fugir dos maniqueísmos, quem se associou imediatamente a causa americana, aqueles que emprestaram toda a credibilidade aos mocinhos, hoje devem estar se questionando.

Saddan era um ditador terrível? Não resta a menor dúvida, mas tudo tem que se feito dentro do império da lei para que possa ter legitimidade, as Nações Unidas existem para resolver este tipo de problema. A ninguém é dado o direito de arvorar como "paladinos do mundo", depois acontecem coisas desse tipo, aí confessam que estavam errados (?). Resolve afirmar isso agora?

Tuesday, December 13, 2005

Genérico do Viagra


- Mas o vivente... eu queria um desses remédio, como é mesmo o nome, um desses tal de genérico.
- Senhor, genérico não é remédio, é um tipo de medicamento feito com o princípio ativo de um outro, de marca conhecida. Mas qual é a indicação, para que é esse medicamento que o senhor está precisando?
- Bueno, tchê, é para paudurescência.
- Como é?
- Isso mesmo vivente, para fazer o bicho levantar, paudurescência, sabe como é...
- O senhor quer um remédio genérico do Viagra? É isso?
- Se é esse o nome do tal de remédio milagroso pra modo de que o vivente possa empaudurescer, entonces é esse mesmo.
- ........
- O que foi? Não entendeu alguma coisa seu moço?
-........

Monday, December 12, 2005

Quem serão as novas vítimas?

As vítimas de todos os planos governamentais de ajuste nas contas públicas são sempre os mesmos: o povo, mais especificamente a chamada classe média. Como sempre, as classes mais abastadas sempre arrumam alguma maneira de fugir desses planos e dos apertos que eles provocam no bolso de todos; a classe mais pobre, como nunca tem nada com que possa contribuir fica de fora; sobra para os gardelões de sempre, a turba que compõe a classe média.

Depois de dois governos velholiberais, que foram responsáveis por praticamente enterrar a sofredora categoria, este novo e brilhante e perfumado PT, agora condimentado, nos sabores caixadoisdelubiano e eunaosabiadenada, e, também, mas não menos, totalmente neoliberal nas suas formidáveis "new politics" palaciana e pallociana, acabaram com os resquícios, com o que havia restado, aniquilaram com as economias de um ou outro gato pingado que havia sobrado entre os chamados "gardelões classemedianos".

Mas o mal, "The Evil" para os mais internacionais, sempre descobre uma nova maneira, um novo caminho, "a new way, in other words". Pois encontraram na forma dos contracheques dos velhinhos - aqueles que o ex-ministro tentava cadaveirar, digo, cadastrar nas filas - do inps. E foi com essa tática que o mercado deu um contrachoque nos contracheques deixando os velhinhos chocados, mas saindo do xeque-mate em que estavam pela falta de vendas, pela falta de consumidores.

Mas, Drummondianamente falando, e agora, José? Com os gardelões classemedianos tudo fuckdidos, com os velhinhos dos contracheques contrachocados pelas próximas suaves 36 prestações mensais, e agora, Palloci? Qual será a próxima vítima? Existe alguém mais com cacife que "seja, digamos assim, pegável"? E agora, Fecomércio? E agora, Fiesp? E agora, caga na mão e bota fora?

Friday, December 09, 2005

Zé Carioca

Depois do post anterior, sobre as nossas dificuldades como povo, lembrei da história desse personagem, que também nos caracteriza como povo, Zé Carioca. Ele é uma figura, um personagem do mundo dos cartoons, um papagaio verde-amarelo, que representa uma homenagem "interesseira" de Walt Disney aos brasileiros. Ele nasceu durante a segunda guerra mundial, quando o presidente norte-americano Roosevelt delegou a Disney uma função de emissário da boa-vontade, com a função de preparar o terreno para a obtenção da colaboração do Brasil, através de Getúlio Vargas, na campanha norte-americana na guerra.

Disney fez um excelente trabalho no seu personagem, conseguiu captar bem o espírito brasileiro, colocando nele certas características (nenhuma vontade ou vocação para o trabalho, pronto para as festas, namorador, sempre querendo levar vantagem em tudo, etc) que nos identificam e que estão um pouco na raiz dos nossos bem conhecidos problemas como nação.

A história nos conta que, a julgar pelos resultados, a missão de Disney foi bem sucedida, o Brasil acabou apoiando os norte-americanos na segunda-guerra, sendo destacada a sua atuação com a Força Expedicionária Brasileira - FEB na Itália. Cabe assinalar que o Presidente Getúlio Vargas, que também não era nada bobo, acabou trocando o apoio brasileiro aos norte-americanos pela construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda no município de igual nome.

Wednesday, December 07, 2005

A Terra é Grande, já o povo...

Eu criei este blog, o Bandeide, para ter um ph acima da média, ser um pouco mais ácido do que os outros blogs nos quais escrevo; pessoalmente, é preciso que se diga, não faço o tipo "doce-de-coco", que segundo o nosso amigo dicionarista Houaiss é um "indivíduo de bom temperamento no trato com outrem", sou mais ou menos como o blog, uma pessoa ácida.

Quando você adota um tom confessional, confessa um desses podres do seu gênio, do seu comportamento, nunca falta aquele conhecido para dizer: "Viu, é por isso que..." Sem vius, sem rios, nem pavios, meus amigos, cada um com seu cada um, a gente é assim mesmo, e isso depois de podar os defeitos ditos graves. Esse pessoal que diz "viu" não viu é nada ainda; ninguém é tão ruim que não possa piorar um pouco mais.

Por isso, o que está dito lá em cima, no cabeçalho do blog: "Bandeide tem um 'jeito' curativo de ser, não pretende curar 'dodói' de ninguém", deve ser levado mesmo a sério. Aliás, falar de amenidades nesse País não é uma coisa muito fácil; não sei se isso é provocado pelo meu jeito de ver as coisas, mas parece que está tudo errado nessa "terra de Deus me livre".

Agora há pouco tempo o Zuelmir Ventura, ou foi o João Ubaldo?, não tenho certeza qual dos dois, mas sei que foi um dos dois que disse que é muito fácil de identificar os culpados de tantas coisas darem errado no País, basta que cada um se olhe no espelho. De minha parte sempre achei a maior cascata aquela campanha "o melhor do Brasil é o brasileiro". Acho que é justamente o contrário. Um País com uma terra tão maravilhosa, mas com um pov...

Monday, December 05, 2005

Simplicidade de Espírito

Neste mundo maluco em que se vive, não se pode perder um certo... como eu diria isso... está me faltando a palavra certa, mas eu acho que a palavra, se não certa é a quase, seria inocência, ou talvez uma dose de "simplicidade de espírito" - melhor assim.

Estava vendo um blog agora há pouco, e havia um link que dizia: "Finalmente livre das moscas!" Cliquei no dito cujo, abriu uma foto, na imagem: uma fatia de pão, uma faca, uma manteigueira. Fiquei olhando para a foto sem entender patavinas. Onde estão as moscas? Ou porque não estão aqui as moscas?

Depois entendi. Era uma propaganda de uma manteigueira; que serve - entre outras coisas - para afastar as moscas da manteiga (moscas gostam de manteiga?). Não sei, fiquei pensando na utilidade do link, a página não era de um magazine, nem vendia utilidades domésticas, qual será o propósito de linkar este tipo de coisa?

Depois fiquei pensando na "simplicidade de espírito", acho que nem tudo precisa ter um propósito, uma finalidade. Qual o problema se alguém deseja mostrar uma manteigueira? Vai ver é o seu sonho de consumo... Sei lá.

Thursday, December 01, 2005

Vaya Con Dios...

Parece que o nosso "richelieu tupiniquim", José Dirceu, finalmente encontrou o seu fim. Assim como o personagem histórico, ele era de fato o primeiro-ministro, o conselheiro número um. Mandava e desmandava. O personagem histórico, graças à reputação que granjeou, foi para as páginas de "Os Três Mosqueteiros", de Alexandre Dumas, como um vilão astuto; o nosso também deverá passar para a história, mas não como astuto.

Na sessão plenária extraordinária da Câmara dos Deputados de 30/11/2005, que decidiu a sua sorte, o ex-ministro e deputado federal alegou que o o processo de sua cassação era político pela falta de provas materiais contra si. Apesar disso, seus pares, por 293 votos a 192, resolveram cassar seus direitos políticos até o ano de 2016.