Wednesday, December 28, 2005

As Leis da Convivência

Isaac Asimov escreveu mais de 500 contos e romances e inventou o termo ''robótica''.´Asimov propôs em 1940 as famosas "três leis da robótica", como um contraponto à teoria de que o homem se tornaria escravo e/ou vítima das máquinas. Os robôs seriam programados para obedecer a três leis básicas:

1 - Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um homem sofra algum mal.
2 - Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos que em elas contrariem a primeira lei.
3 - Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.

Eu tenho uma adaptação dessas leis da robótica à existência prática, as leis do dia-a-dia, eu aplico com as devidas adaptações aos meus mascotes, os meus cães. Eu sou um apaixonado por cães, mas não admito - em nenhuma hipótese - que um cão infrinja uma dessas três leis. Hoje, infelizmente um deles, justamente o meu preferido, atacou alguém aqui de casa, sem nenhuma razão. Confesso que fiquei muito triste, mas infelizmente ele teve de partir aqui de casa, ele não mora mais aqui.

Monday, December 26, 2005

Até Cansa...

Confesso que escrever sobre esse governo e suas trapalhadas cansa, e cansa muito. Primeiro foi um ataque das elites que deseja fazer baixar a cabeça de um nordestino humilde, depois foram manobras de uma oposição raivosa que deseja fazer voltar o status quo, depois foi uma perseguição arquitetada pela imprensa, agora a briga é contra a igreja católica, mais especificamente contra a opinião da CNBB, amanhã eu acho que será o povo, ou não sei quem mais. Em tudo fica a impressão de que é tudo e todos, menos o partido.

Passou dois bilhões e seiscentos mil no valerioduto, mas não houve mensalão; Delúbio e companhia mentiram descaradamente, mas não houve mensalão. A todo momento se usa a justiça e as leis buscando se eximir de responsabilidade; fosse assim teriamos que pedir perdão a Collor de Mello, a justiça não provou nada contra ele também.

O chato é ter que vamos ter que aturar mais um ano inteiro dessa ladainha, até que possamos finalmente nos vermos livre definitivamente da "inocência" dessa gente. Cansa...

Friday, December 23, 2005

Tuesday, December 20, 2005

Da Carta Capital à Caras

Ao se examinar a mídia tem-se a impressão de que as notícias se dividem em duas categorias: as más notícias de sempre, a velha máxima de que são as desgraças que vendem jornais, revistas, espaços na tv, etc; ou as banalidades, o nonsense. É como você só pudesse escolher entre dois tipos de "CCs", ou fica com a Carta Capital ou com a Caras.

Claro que há nisso um exagero, não é bem assim que funciona na prática, sempre existem as publicações médias, digamos, as intermediárias que suprem esse mercado, até porque vale a lei do próprio mercado, que não deixa lacunas, alguém sempre vê as boas oportunidades de negócios e supre.

Mas é inegável que os dois tipos de publicações citados no primeiro paragráfo são as que acabam formando a grande massa da opinião pública. E, a não ser que lide com um público mais elitizado, você vai ter mesmo que conversar com quem tem sua base de formação nesses chamados diários e programas populares.

Isso abre um tipo de debate, praticamente interminável, na tentativa de se determinar "se é o veículo que forma o consumidor ou vice-versa". Talvez esse "mea culpa" deva ser dividido em partes iguais, o leitor/telespectador/ouvinte não parece muito interessado em se aprimorar, nem a mídia em melhorar o nível daquilo que fornece ao consumidor.

Saturday, December 17, 2005

Chega de Chuvinha!

Chuvinha, não estou falando de chuva que é coisa bem diferente, chuvinha tem esse diminutivo que compromete - eu sempre digo, desconfie dos diminutivos! - e está incluída entre as coisas mornas, as nem quentes, nem frias, uma tipica indecisão climática. Sem querer ser grosso, mas no popular é aquilo que "não fede e nem cheira" - só faltou o não solta as tiras para a propaganda da sandália. Em questões de clima sou um imoderado, um tipo oito ou oitenta, daqueles que preferem que chova canivete ou que faça sol.

Eu costumava chamar esse tipo de chuva, com o perdão da má palavra, de chuvinha "fudedeira", aquela que só presta mesmo pra f..., literalmente falando, ocasião em que tanto faz - quem vai ligar para o tipo de clima que está fazendo numa hora dessas? - ou pra f... a paciência de nossotros. Eu já sei, é uma briga boba essa com o clima, tanto faz, brigar não resolve mesmo, mas não custa desabafar.

Mas o tempo tem andado assim aqui pelas bandas do sul, em praticamente em todo o sul do país, desse jeito que eu não gosto, e não sou só eu, para o pessoal que vive da agricultura a coisa está feia. No interior do estado tudo muito seco, a safra agrícola no ano passado "foi pra banha" e a desse ano - eu temo - que esteja indo para o mesmo caminho. Mas como já falei antes, para isso não tem remédio, o jeito é esperar que o humor de São Pedro mude, que o clima ajude, e as coisas voltem ao normal.

Thursday, December 15, 2005

Duros Ensinamentos

Esperar que um político admita claramente que estava totalmente errado na sua decisão, ainda mais quando essa decisão foi de mandar que suas tropas invadissem um país sem o menor motivo para isso, é esperar demais de um político. Bush foi até onde podia, o seu limite, até o limite dos políticos, disse que "é verdade que muito do que a inteligência informou estava errado." (i.e., não havia armas de destruição em massa) "Como presidente, eu sou responsável pela decisão de invadir o Iraque." E mais não disse porque não podia.

Essa declaração foi feita depois de 1.000 dias do início do confronto, depois de aproximadamente 30.000 mortes iraquianas, 2.140 mortes norte-americanos e um número ainda não estimado, embora menor, de mortes dos membros das forças aliadas. Nisso tudo fica uma lição, um ensinamento, fugir dos maniqueísmos, quem se associou imediatamente a causa americana, aqueles que emprestaram toda a credibilidade aos mocinhos, hoje devem estar se questionando.

Saddan era um ditador terrível? Não resta a menor dúvida, mas tudo tem que se feito dentro do império da lei para que possa ter legitimidade, as Nações Unidas existem para resolver este tipo de problema. A ninguém é dado o direito de arvorar como "paladinos do mundo", depois acontecem coisas desse tipo, aí confessam que estavam errados (?). Resolve afirmar isso agora?

Tuesday, December 13, 2005

Genérico do Viagra


- Mas o vivente... eu queria um desses remédio, como é mesmo o nome, um desses tal de genérico.
- Senhor, genérico não é remédio, é um tipo de medicamento feito com o princípio ativo de um outro, de marca conhecida. Mas qual é a indicação, para que é esse medicamento que o senhor está precisando?
- Bueno, tchê, é para paudurescência.
- Como é?
- Isso mesmo vivente, para fazer o bicho levantar, paudurescência, sabe como é...
- O senhor quer um remédio genérico do Viagra? É isso?
- Se é esse o nome do tal de remédio milagroso pra modo de que o vivente possa empaudurescer, entonces é esse mesmo.
- ........
- O que foi? Não entendeu alguma coisa seu moço?
-........

Monday, December 12, 2005

Quem serão as novas vítimas?

As vítimas de todos os planos governamentais de ajuste nas contas públicas são sempre os mesmos: o povo, mais especificamente a chamada classe média. Como sempre, as classes mais abastadas sempre arrumam alguma maneira de fugir desses planos e dos apertos que eles provocam no bolso de todos; a classe mais pobre, como nunca tem nada com que possa contribuir fica de fora; sobra para os gardelões de sempre, a turba que compõe a classe média.

Depois de dois governos velholiberais, que foram responsáveis por praticamente enterrar a sofredora categoria, este novo e brilhante e perfumado PT, agora condimentado, nos sabores caixadoisdelubiano e eunaosabiadenada, e, também, mas não menos, totalmente neoliberal nas suas formidáveis "new politics" palaciana e pallociana, acabaram com os resquícios, com o que havia restado, aniquilaram com as economias de um ou outro gato pingado que havia sobrado entre os chamados "gardelões classemedianos".

Mas o mal, "The Evil" para os mais internacionais, sempre descobre uma nova maneira, um novo caminho, "a new way, in other words". Pois encontraram na forma dos contracheques dos velhinhos - aqueles que o ex-ministro tentava cadaveirar, digo, cadastrar nas filas - do inps. E foi com essa tática que o mercado deu um contrachoque nos contracheques deixando os velhinhos chocados, mas saindo do xeque-mate em que estavam pela falta de vendas, pela falta de consumidores.

Mas, Drummondianamente falando, e agora, José? Com os gardelões classemedianos tudo fuckdidos, com os velhinhos dos contracheques contrachocados pelas próximas suaves 36 prestações mensais, e agora, Palloci? Qual será a próxima vítima? Existe alguém mais com cacife que "seja, digamos assim, pegável"? E agora, Fecomércio? E agora, Fiesp? E agora, caga na mão e bota fora?

Friday, December 09, 2005

Zé Carioca

Depois do post anterior, sobre as nossas dificuldades como povo, lembrei da história desse personagem, que também nos caracteriza como povo, Zé Carioca. Ele é uma figura, um personagem do mundo dos cartoons, um papagaio verde-amarelo, que representa uma homenagem "interesseira" de Walt Disney aos brasileiros. Ele nasceu durante a segunda guerra mundial, quando o presidente norte-americano Roosevelt delegou a Disney uma função de emissário da boa-vontade, com a função de preparar o terreno para a obtenção da colaboração do Brasil, através de Getúlio Vargas, na campanha norte-americana na guerra.

Disney fez um excelente trabalho no seu personagem, conseguiu captar bem o espírito brasileiro, colocando nele certas características (nenhuma vontade ou vocação para o trabalho, pronto para as festas, namorador, sempre querendo levar vantagem em tudo, etc) que nos identificam e que estão um pouco na raiz dos nossos bem conhecidos problemas como nação.

A história nos conta que, a julgar pelos resultados, a missão de Disney foi bem sucedida, o Brasil acabou apoiando os norte-americanos na segunda-guerra, sendo destacada a sua atuação com a Força Expedicionária Brasileira - FEB na Itália. Cabe assinalar que o Presidente Getúlio Vargas, que também não era nada bobo, acabou trocando o apoio brasileiro aos norte-americanos pela construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda no município de igual nome.

Wednesday, December 07, 2005

A Terra é Grande, já o povo...

Eu criei este blog, o Bandeide, para ter um ph acima da média, ser um pouco mais ácido do que os outros blogs nos quais escrevo; pessoalmente, é preciso que se diga, não faço o tipo "doce-de-coco", que segundo o nosso amigo dicionarista Houaiss é um "indivíduo de bom temperamento no trato com outrem", sou mais ou menos como o blog, uma pessoa ácida.

Quando você adota um tom confessional, confessa um desses podres do seu gênio, do seu comportamento, nunca falta aquele conhecido para dizer: "Viu, é por isso que..." Sem vius, sem rios, nem pavios, meus amigos, cada um com seu cada um, a gente é assim mesmo, e isso depois de podar os defeitos ditos graves. Esse pessoal que diz "viu" não viu é nada ainda; ninguém é tão ruim que não possa piorar um pouco mais.

Por isso, o que está dito lá em cima, no cabeçalho do blog: "Bandeide tem um 'jeito' curativo de ser, não pretende curar 'dodói' de ninguém", deve ser levado mesmo a sério. Aliás, falar de amenidades nesse País não é uma coisa muito fácil; não sei se isso é provocado pelo meu jeito de ver as coisas, mas parece que está tudo errado nessa "terra de Deus me livre".

Agora há pouco tempo o Zuelmir Ventura, ou foi o João Ubaldo?, não tenho certeza qual dos dois, mas sei que foi um dos dois que disse que é muito fácil de identificar os culpados de tantas coisas darem errado no País, basta que cada um se olhe no espelho. De minha parte sempre achei a maior cascata aquela campanha "o melhor do Brasil é o brasileiro". Acho que é justamente o contrário. Um País com uma terra tão maravilhosa, mas com um pov...

Monday, December 05, 2005

Simplicidade de Espírito

Neste mundo maluco em que se vive, não se pode perder um certo... como eu diria isso... está me faltando a palavra certa, mas eu acho que a palavra, se não certa é a quase, seria inocência, ou talvez uma dose de "simplicidade de espírito" - melhor assim.

Estava vendo um blog agora há pouco, e havia um link que dizia: "Finalmente livre das moscas!" Cliquei no dito cujo, abriu uma foto, na imagem: uma fatia de pão, uma faca, uma manteigueira. Fiquei olhando para a foto sem entender patavinas. Onde estão as moscas? Ou porque não estão aqui as moscas?

Depois entendi. Era uma propaganda de uma manteigueira; que serve - entre outras coisas - para afastar as moscas da manteiga (moscas gostam de manteiga?). Não sei, fiquei pensando na utilidade do link, a página não era de um magazine, nem vendia utilidades domésticas, qual será o propósito de linkar este tipo de coisa?

Depois fiquei pensando na "simplicidade de espírito", acho que nem tudo precisa ter um propósito, uma finalidade. Qual o problema se alguém deseja mostrar uma manteigueira? Vai ver é o seu sonho de consumo... Sei lá.

Thursday, December 01, 2005

Vaya Con Dios...

Parece que o nosso "richelieu tupiniquim", José Dirceu, finalmente encontrou o seu fim. Assim como o personagem histórico, ele era de fato o primeiro-ministro, o conselheiro número um. Mandava e desmandava. O personagem histórico, graças à reputação que granjeou, foi para as páginas de "Os Três Mosqueteiros", de Alexandre Dumas, como um vilão astuto; o nosso também deverá passar para a história, mas não como astuto.

Na sessão plenária extraordinária da Câmara dos Deputados de 30/11/2005, que decidiu a sua sorte, o ex-ministro e deputado federal alegou que o o processo de sua cassação era político pela falta de provas materiais contra si. Apesar disso, seus pares, por 293 votos a 192, resolveram cassar seus direitos políticos até o ano de 2016.

Tuesday, November 29, 2005

Formas de Reescrever a História

A coisa funciona mais ou menos assim: Você foi uma das testemunhas de um determinado momento histórico, não ficou sabendo simplesmente "por ouvir dizer". Como qualquer testemunha, processa os dados de que tem conhecimento e forma um juízo de valor sobre os fatos, faz o seu registro histórico dos fatos.

De repente, você começa a ler que "aquilo que você viveu não foi do jeito que você viveu", ou seja, você viu, mas parece que, afinal, não viu, ou foi uma ilusão, ou passou alguns anos alcoolizado, porque agora a história que você lê já é outra, está totalmente diferente, a história mudou (?).

A este fenômeno se chama "reescrever a história". Um distânciamento entre a história fática - como ela foi vivida -, e a "história oficial", ou a nova versão da história que vai sendo contada e recontada até que se torne a "única história" crível. Tanto maior é a possibilidade de que isso dê certo, quanto maior o grau de envolvimento daqueles que passam a contar esta nova história.

Um dia em continuo nesse assunto...

Sunday, November 27, 2005

O Regime da Piedade

Agora que está chegando o verão, dizem que é chegada a época de estar em boa forma - como se no resto do ano se pudesse estar em má forma! Para quem resolve adotar uma dieta pode ser uma boa opção desenvolver uma espécie de fagofobia, o medo de engolir ou de comer.

Talvez a expressão não seja bem essa, mas funciona assim: você começa a desenvolver uma espécie de piedade com os alimentos, a lembrar do que eles foram no passado, a resgatar a individualidade de cada um deles. Nesse apiedar-se você começa também a perder o apetite.

Você olha o assado maravilhoso de carneiro, a cor de um dourado fantástico, um perfume que recende a ervas finas e raras, hummm... Mas aí você lembra da ovelhinha, coitadinha, toda alva, branquinha, que foi cruelmente imolada em prol desse petisco. Puft... lá se foi o seu apetite.

Quem sabe uma lagosta? Com aquela carne branca e tenra, suave, saborosa, um verdadeiro petisco, um hummmmmm... também! Mas aí você começa a lembrar do animalzinho sendo cozido ainda vivo em uma panela de água fervente, morte cruel e violenta, não há condições de manter o apetite desse jeito, e puft... novamente, sem fome.

E, de petisco em petisco, você vai descobrindo que tudo aquilo que hoje se tranformou na sua comida já foi "um alguém", um ser vivente no passado, até mesmo os vegetais! Quanto mais piedade você tiver, menos comerá e logo você vai emagrecer. É o chamado "regime da piedade". Senão de você mesmo(a), piedade dos outros seres...

Saturday, November 26, 2005

Marcha dos "sem", mas com ideologia

Os movimentos denominados dos "sem" crescem a cada dia. Inaugurados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, ganharam a adesão de outros tantos "Sem". Hoje, além dos "Sem Terra", se fala nos "Sem Teto", nos "Sem Emprego", nos "Sem Universidade" e outros tantos que desconheço. Todos defendem basicamente uma suposta obrigação do estado de ceder gratuitamente alguma coisa - o que normalmente consta do "sem" de cada movimento - para todos os seus integrantes.

Seria inocência pensar nesses movimentos com o objetivo único de defender a bandeira das suas reivindicações, obter o "sem" que lhe falta; a verdade é que todos eles estão mais ou menos infiltrados de elementos oriundos dos partidos, cuja finalidade é tentar obter vantagens políticas em cima destes. Caso claro é do MST, fundado nitidamente por inspiração Petista, que, com a assunção do governo pelo partido, ficou meio perdido, "sem ter contra quem protestar".

Caso semelhante ocorreu com o CPERGS/Sindicato - órgão representativo da classe dos professores do Estado do Rio Grande do Sul -; o movimento, antes de estar totalmente dirigido para a representação dos interesses do professorado, sempre se comportou com um posicionamento claramente político - apoiado e apoiante do Partido dos Trabalhadores. Quando o Partido assumiu o Governo do Estado, o movimento praticamente sumiu. Agora, depois que o partido voltou para a oposição, o Movimento "experimentou um repentino reviver".

Não é diferente o quadro que se apresenta na maioria do movimento sindical - totalmente politizado -, onde o que menos se busca é o interesse do sindicalizado.

Em Porto Alegre realizou-se a "Décima Marcha dos Sem", dita contra a política internacional (?), nacional e estadual (?). Tudo na tentativa de não fazer oposição declarada a quem de fato deveria ser feita, a política do Presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores. A inclusão das pautas "internacional" e "estadual" é mero "despiste", um embuste que não deve ser levado a sério.
Presentes na passeata, além dos "Sem" de todas as espécies, os partidos com das bandeiras vermelhas de sempre, a CUT e os, agora, revividos professores...

Friday, November 25, 2005

República Metalúrgica

Nós que já tivemos uma República das Alagoas, agora temos uma República Metalúrgica. O que mais me chamou a atenção no depoimento de Paulo Okamotto*, atual Presidente do Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, durante o seu depoimento prestado à CPI dos Bingos, foram suas declarações prévias, antes do interrogatório propriamente dito, quando forneceu as suas qualificações, aquilo que deveria servir de aval na sua indicação para o desempenho de tão importante cargo na administração pública do País.

Fui tesoureiro na campanha do presidente Lula (?), sou técnico de nível médio formado na operação de fresadoras industriais (?) e metalúrgico durante vinte e cinco anos (?), disse Paulo Okamotto. Qualificações interessantes e suficientes para qualquer empregado de uma fábrica, de uma empresa metalúrgica, mas que necessariamente não qualificam ninguém como administrador de empresa pública. E esse é justamente um dos maiores problemas na administração desse País. O caso do Sr. Okamotto é emblemático, representa uma plêiade de apadrinhados do poder cujo única qualificação é esta mesmo, a de serem apadrinhados do poder.

Não há como pensar em políticas públicas de estado, em eficiência do aparelho estatal, quando há o descarado aparelhamento do Estado pelos partidos que estão no poder. Hoje temos 30 mil cargos de confiança só na área do governo federal. Você acha pouco? Pense que nos Estados Unidos, um país muito maior economica, territorialmente e populacionalmente, são 5 mil cargos.

Mas não pense que este estado de coisas irá mudar. Não há o mínimo interesse político na mudança, todos querem participar desse "loteamento de cargos", da "corrida às burras da viúva". Espere até um novo governo assumir o controle do País e você verá tudo se repetir. Até lá o jeito é assistir o Sr. Paulo ir "fresando" sabiamente os destinos do nosso Sebrae.

*Sobre o depoimente em si, sem querer emitir uma opinião definitiva, mas qualquer pagamento em "dinheiro vivo" para mim sempre é altamente suspeito (ainda mais quando se trata de uma quantia razoável, como no caso, R$ 29.436,00). Qual o motivo? Evitar o rastreamento do cheque?

Thursday, November 24, 2005

Minhas Dez Músicas Favoritas de Todos os Tempos

Estava pensando em quais seriam as Minhas Dez Músicas Favoritas De Todos os Tempos. É difícil selecionar entre tantas, num universo tão vasto, a injustiça é quase garantida. Mas vamos lá, vamos tentar:

1. Fascinação - Elis Regina
1. Sweet child o mine - Guns n' roses
2. Satisfaction, Rolling Stones
3. Hey, Jude, Beatles
4. Imagine, John Lennon
5. Bohemian Rhapsody, Queen
6. Smells Like Teen Spirit, Nirvana
7. Every Breath You Take, Police
8. Billie Jean, Michael Jackson
9. Another Brick In The Wall, Pink Floyd
10. With or Without You, U2

E onde eu coloco Águas de Março, O bêbado e a equilibrista, Nervos de Aço do Lupicínio Rodrigues, as do Milton, as do Chico Buarque, Noel, Caetano, sem condições...

Monday, November 21, 2005

A Importância do Fio de Bigode

A palavra não existe: "legismania", vocábulo formado pela justaposição de "lex", legis, do laatim, que significa lei, mais "mania", do grego, que signfica hábito, prática repetitiva. Assim teríamos legismania, a mania de leis. Nos os brasileiros, temos essa mania de leis, achamos que tudo se resolve com uma nova lei.
Não estou defendendo uma sociedade anárquica, mas, por exemplo, escuto agora nossos dignos representantes no Senado e Câmara afirmarem que a única maneira de acabar com o caixa2 nas campanhas eleitorais é aprovando uma nova lei que imponha penas mais severas. Parecem querer nos dizer: aprovem uma nova lei por que do jeito que está o crime compensa!
Esse é um dos nossos maiores problemas, não somos éticos, somos legalistas, nós não deixamos de fazer qualquer coisa por que um mandamento ético (ou pelo que a consciência) nos aponta como errado; não!, isso não é motivo suficiente, só se o gesto for considerado (cominado) ilegal. Mesmo assim, ainda vamos cogitar da pena, sabe como é, muitas vezes a pena é branda, e neste caso o crime compensa!
É isso mesmo que você está lendo amigo, para que uma sociedade seja evoluída, para que as coisas dêem certo é preciso que a maioria dos cidadãos honrem o mandamento do "fio de bigode", isto é, que façam as coisas acreditando que é o certo e só por isso devem fazê-las e não por que alguém escreveu algo num pedaço de papel.
Certamente sempre haverão aqueles que não seguirão os mandames éticos, mas esses devem ser minoria, a escória, os pulhas que sempre existem em qualquer grupo.

Saturday, November 19, 2005

19 de Novembro

Navio Negreiro - Castro Alves

...
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Friday, November 18, 2005

Nota(Final) Sobre o Mensalão

Tendo em vista a total incapacidade da chamada Comissão Parlamentar de Inquérito do Mensalão de apresentar a Folha de Pagamento, hollerits assinados pelos parlamentares que receberam os valores, registros adequados nas Carteiras do Trabalho e Previdência Social - CTPS (com os devidos contratos de trabalho e valores acertados a título de ressarcimento - mensalão), ou até, quem sabe?, os comprovantes da emissão e recolhimento dos encargos trabalhistas respectivos devidos pela operação.
Em suma, pela falta total e completa da apresentação de qualquer dos documentos que normalmente comprovam a existência de um vínculo empregatício, no caso em espécie entre os senhores parlamentares e o Partido dos Trabalhadores, o Presidente Lula declarou que a referida comissão parlamentar de inquérito encerrou seus trabalhos sem conseguir comprovar a existência do pagamento da referida propina.
I.e., assunto encerrado, não houve, inexistiu, ponto final, caput, fim de história, acabou a novela, the end, c'est fini, fine, e chega!